12, mar 2024
Quem é o empresário com 1 milhão de seguidores que teve 33 carros de luxo e motos aquáticas apreendidos pela PF
Dono de loja de veículos em Indaiatuba, suspeito compartilha momentos de luxo no Instagram e já foi investigado por fazer manobras perigosas com Porsche em Itu.
O empresário Jonatas Dias dos Santos, que soma cerca de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, é investigado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.
Ele é proprietário da loja Fox Automóveis, que comercializa veículos de luxo em Indaiatuba (SP). Na manhã desta terça-feira (12), 31 carros e quatro motos aquáticas que estava no estabelecimento foram apreendidos pela PF durante a operação Latus Actio.
Outros três veículos foram encontrados na casa dele.
“Infelizmente, isso aí não tem o que eu fazer. É uma operação, uma investigação. Por ora, a gente só tem que colaborar com tudo, com investigação, com perguntas, com questionamento. Acaba que eu não tenho muito nem o que falar pra vocês por enquanto […] com a minha parte está tranquilo, está tudo bem”, declarou.
“Obviamente, sem dinheiro, sem conta bancária, sem nada. Temos que correr, dar satisfação para cliente de carro que está na loja. Hoje, de 57 carros, nós estávamos com 10 carros consignados. Graças a Deus o número é baixo. Acaba que a gente precisa agora se inteirar no processo, entender tudo o que está acontecendo e, depois, ir tomando as medidas cabíveis judiciais”.
No Instagram, Jonatas compartilha momentos luxuosos. Ele aparece com a família em veículos e casas de alto padrão, além de compartilhar momentos de viagens, com motos aquáticas e pilotando helicóptero.
O empresário já foi investigado pela Polícia Civil em 2019 por aparecer em um vídeo fazendo manobras perigosas com uma Porsche, em Itu (SP). O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre o inquérito e aguardava resposta até esta publicação.
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra Jonatas, sendo um na residência e o outro na loja. Além dos automóveis e motos aquáticas, que permaneceram no estabelecimento sob a condição de apreendidos, a PF também apreendeu:
R$ 134 mil
2 carros que estavam na casa
7 relógios de marca
1 telefone celular
1 computador
documentos
A ação faz parte da operação Latus Actio, que investiga pessoas ligadas a empresas dos setores de entretenimento e autopeças no estado. Ao todo, foram 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Guarujá, Itu e Indaiatuba.
A operação
O inquérito policial foi instaurado no primeiro semestre de 2022, quando foram identificadas transações financeiras suspeitas envolvendo contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
Essas pessoas estariam sendo usadas como ‘laranja’ para movimentar e ocultar recursos de origem ilícita e não declarados ao Fisco.
Ainda segundo a Polícia Federal, parte dessas contas estariam ligadas a pessoas com extensa ficha criminal por delitos como tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e organização criminosa.
Bloqueio de bens
Além das buscas, foram bloqueados, aproximadamente, R$ 1 bilhão das contas bancárias dos investigados. Cerca de R$ 60 milhões em bens e imóveis também foram apreendidos.
Investigações
Segundo a PF, na fase atual, as investigações reúnem elementos que provam que os suspeitos praticaram diversos atos para ocultar a origem, destino e natureza de valores movimentados por meio do Sistema Financeiro Nacional.
“As buscas e apreensões realizadas no dia de hoje têm por objetivo robustecer o conjunto probatório dos autos, reunindo novos elementos de prova de crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e outros delitos conexos”, detalha a nota.
Um dos empresários investigados foi autuado pela Receita Federal do Brasil, no ano de 2023, em valores que superam os R$ 43 milhões. O órgão agora deve instaurar novas ações fiscais, desta vez, contra as pessoas jurídicas.
A Fazenda Municipal de SP, por sua vez, irá instaurar 21 operações fiscais contra empresas investigadas no inquérito policial, em face dos elementos de prova que apontam também para a sonegação do Imposto Sobre Serviços (ISS).
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9, nov 2023
‘Não pode atacar os outros’, diz aluna travesti da medicina da USP após denunciar professor por preconceito envolvendo banheiros
Estudantes dizem que ofensas no campus em Ribeirão Preto, SP, aconteceram após faculdade implantar uso do banheiro conforme identificação de gênero. Professor nega acusações.
A estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP) Stella Branco, que denunciou um professor da faculdade em Ribeirão Preto (SP) por transfobia, espera que ele seja punido após ofensas e ameaças contra ela e uma colega de sala.
“Eu espero que ele seja punido, mas espero que ele aprenda. Por mais que ele tenha uma opinião e ele tenha muita certeza da opinião dele, ele não pode sair por aí atacando os outros”, afirma.
Stella e a amiga Louíse Rodrigues e Silva são as primeiras alunas transexuais do curso de medicina em 70 anos de história da faculdade em Ribeirão Preto. No dia 1º de novembro, último dia de aula, elas afirmam ter sido vítimas de preconceito por parte do professor Jyrson Guilherme Klamt.
No dia anterior, as duas tinham participado da cerimônia de inauguração dos banheiros livres na faculdade. O uso agora, segundo a instituição, pode ser feito de acordo com o gênero com o qual a pessoa se identifica.
Louíse e Stella afirmam que estavam no refeitório do campus com mais professores e alunos. Quando o professor se aproximou, começou a constrangê-las e a ofendê-las. Em seguida, de acordo com Louíse, Klamt a ameaçou.
“Aí ele se manifesta dizendo que se a gente usasse o banheiro em que a filha dele estivesse presente, a gente sairia de lá morta. Sem contar que durante toda abordagem ele me tratou no masculino. Já era um professor que me conhecia, sabia meu nome, já tinha passado em uma aula com ele e ele já tinha passado por situações de desrespeito com meu pronome, mas nunca direcionado. Dessa vez ele veio diretamente a mim.”
Stella estava ao lado, reagiu às ofensas do professor e passou a confrontá-lo. Segundo ela, Klamt se dirigiu à Louise como um homem o tempo todo e em tom desrespeitoso.
“O que parece pra mim é que muitas vezes pelo fato de ser docente, a pessoa se sente muito blindada e protegida por esse cenário. Eu falei pra ele que essa sensação de impunidade que ele tem é falsa e daí ele disse que estava perdendo a paciência comigo e fez de levantar pra me agredir, confrontar. Ele foi barrado, seguraram ele pra que ele não fizesse isso.”
Denúncia à polícia
Louíse afirma que se sentiu intimidada pelo professor. Ela e a amiga procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrência por injúria racial e ameaça.
Em agosto deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que atos de homofobia e transfobia devem ser enquadrados como crime de injúria racial. Na prática, quem for responsável por atos dessa natureza não tem direito a fiança, nem limite de tempo para responder judicialmente. A pena é de dois a cinco anos de prisão.
Por telefone, o professor Jyrson Guilherme Klamt disse à EPTV, afiliada da TV Globo, que não teve a intenção de constranger as alunas e que nunca fez nenhuma atitude transfóbica. Klamt afirmou que somente perguntou a uma das estudantes como ela gostaria de ser tratada e que uma teve reação violenta contra ele.
Preconceito não importa o lugar
Para Louíse, o comportamento do professor só tende a piorar a forma marginalizada como travestis são vistas. Ela afirma que nem mesmo o fato de estar em uma das universidades mais prestigiadas do mundo parece mudar o entendimento de que pessoas transexuais só querem construir suas vidas assim como as outras.
“Estamos hoje aqui, duas travestis médicas, no país que mais mata pessoas trans no mundo. Acho que isso tem sido um momento histórico, tanto para a faculdade de medicina de Ribeirão Preto, mas também para a história do Brasil (…) É muito triste, porque você começa a perceber que não importa o lugar social que você ocupe, não importa as conquistas que você construa ao longo da sua vida pra tentar descontruir e desmistificar a imagem que a sociedade coloca em cima de você. Essa imagem sempre vai vir à frente de qualquer coisa.”
Louíse e Stella estão na faculdade há oito anos e afirmam que apesar do preconceito, viram as mudanças positivas nos últimos anos no âmbito da inclusão social pela universidade. Stella diz que se sente acolhida.
“Eu não vou deixar de lutar pelos meus direitos. É claro que é extremamente desgastante, eu preferia estar estudando, fazendo minhas coisas, aproveitando minha vida, tomando uma cerveja com meus amigos, mas não. Eu tenho que me desgastar, lutar pela garantia do meu direito. Por mais que seja um direito, ele não vence se eu não lutar por ele.”
Preconceito não importa o lugar
Para Louíse, o comportamento do professor só tende a piorar a forma marginalizada como travestis são vistas. Ela afirma que nem mesmo o fato de estar em uma das universidades mais prestigiadas do mundo parece mudar o entendimento de que pessoas transexuais só querem construir suas vidas assim como as outras.
“Estamos hoje aqui, duas travestis médicas, no país que mais mata pessoas trans no mundo. Acho que isso tem sido um momento histórico, tanto para a faculdade de medicina de Ribeirão Preto, mas também para a história do Brasil (…) É muito triste, porque você começa a perceber que não importa o lugar social que você ocupe, não importa as conquistas que você construa ao longo da sua vida pra tentar descontruir e desmistificar a imagem que a sociedade coloca em cima de você. Essa imagem sempre vai vir à frente de qualquer coisa.”
Louíse e Stella estão na faculdade há oito anos e afirmam que apesar do preconceito, viram as mudanças positivas nos últimos anos no âmbito da inclusão social pela universidade. Stella diz que se sente acolhida.
“Eu não vou deixar de lutar pelos meus direitos. É claro que é extremamente desgastante, eu preferia estar estudando, fazendo minhas coisas, aproveitando minha vida, tomando uma cerveja com meus amigos, mas não. Eu tenho que me desgastar, lutar pela garantia do meu direito. Por mais que seja um direito, ele não vence se eu não lutar por ele.”
6, nov 2023
Homem é preso suspeito de participar da execução de PMs aposentados no litoral de SP
Suspeito foi detido na Praia do Tombo, em Guarujá (SP).
A Força Tática da Polícia Militar prendeu um homem suspeito de envolvimento na execução de dois agentes aposentados em Guarujá, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, nesta segunda-feira (6), Liedson Lima de Araújo, de 20 anos, era procurado da Justiça e foi detido na praia.
Os crimes aconteceram em maio deste ano. Na ocasião, os dois PMs aposentados estavam na Rua Marcos Antônio Ogiano, no bairro Morrinhos, quando foram atingidos por tiros que vieram de um carro prata que passou em alta velocidade. Na época, o veículo foi encontrado pelos policiais.
Liedson Lima de Araújo foi localizado pelos agentes na faixa de areia da Praia do Tombo, na altura da Avenida Prestes Maia, no último domingo (5). De acordo com Boletim de Ocorrência, Liedson estaria acompanhado de três homens durante a abordagem.
Ainda segundo o BO, um dos conhecidos de Liedson teria desferido “palavras de baixo calão” contra a equipe. De acordo com a Polícia Militar (PM), os homens que acompanhavam o acusado também foram detidos e levados à delegacia.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que pediu à Justiça o mandado de prisão temporária, que foi concedido. O caso é investigado pela Delegacia de Polícia Sede da cidade, que busca prender e localizar outros possíveis envolvidos.
Secretário de Segurança
O secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, publicou sobre a prisão do suspeito nas redes sociais e reforçou o trabalho policial na região (veja abaixo).
Derrite destacou que a execução dos dois agentes aposentados aconteceu dias antes de ser desencadeada a Operação Escudo, deflagrada em 28 de julho, após o assassinato do soldado PM da Rota Patrick Bastos Reis, que fazia patrulhamento pela Vila Julia, em Guarujá.
PMs mortos
Dois policiais militares aposentados foram executados em Guarujá, no litoral de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (19). As vítimas estavam na rua quando foram atingidas por disparos e morreram no local. A PM foi acionada para atender a ocorrência, que foi apresentada no 1º DP, onde o caso será investigado.
A PM informou ter sido acionada pelo 190 por volta das 17h para atender o caso. No local, os agentes foram informados de que três homens em um carro prata passaram atirando contra os dois policiais aposentados, que estavam na Rua Marcos Antônio Ogiano, no bairro Morrinhos.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi chamado para atender a ocorrência e constatou a morte da dupla no local.
De acordo com a PM, após os disparos os suspeitos fugiram em direção à Rodovia Cônego Domênico Rangoni. Neste momento, equipes estão nas ruas atrás dos suspeitos.
26, out 2023
Venda de benefício aéreo falso e simulação de conta bloqueada: Como agia suspeito de se passar por militar da FAB para seduzir mulheres e aplicar golpes
Marcelo Betchel foi preso suspeito de praticar crimes de violência psicológica, injúria e estelionato contra uma contadora em Aparecida de Goiânia. Polícia diz que ele é suspeito de golpes em Goiânia, Brasília e Minas Gerais.
Um homem foi preso suspeito de se passar por um militar da Força Aérea Brasileira (FAB) e até piloto de avião para seduzir mulheres e aplicar golpes. Ao g1, a Polícia Civil explicou que, para cometer os crimes, Marcelo usava de táticas como simular que a conta do banco ou o cartão estavam bloqueados na hora de pagar a conta e até vender benefício aéreo falso (entenda os crimes abaixo).
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Marcelo para um posicionamento até a última atualização deste texto. À reportagem, a FAB ressaltou que não há registro de que o suspeito tenha integrado o quadro efetivo da instituição.
A prisão de Marcelo aconteceu na segunda-feira (23). Segundo a delegada Bruna Coelho, responsável pela investigação do caso, ele foi preso suspeito de praticar crimes de violência psicológica, injúria e estelionato contra uma contadora em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
No entanto, a Polícia Civil explicou que, além do caso investigado em Aparecida de Goiânia, o homem é suspeito de ter cometido golpes em Goiânia (veja informações abaixo), Minas Gerais e Brasília.
Golpes
Conta bloqueada
A Polícia Civil explicou que o homem não tem emprego formal e, por isso, “vivia dos pequenos golpes que cometia”. Segundo a delegada Bruna Coelho, no caso investigado em Aparecida de Goiânia, a vítima teve um relacionamento amoroso por um ano com o homem. Ao g1, a delegada explicou como era o crime de estelionato aplicado contra a mulher:
“Eles iam para um resort de luxo, ele chegavam lá falava: ‘Minha conta está bloqueada, tem como você passar? Depois eu te dou, e ia passando. Se você contar no cartão dela todas as vezes que ela passou, tem mais de R$ 10 mil. Tem também a vez que ele alugou um carro para ele, passou do prazo e renovou com o cartão dela sem autorização”, detalhou.
Aluguel de carro
Ainda de acordo com a Polícia Civil, outra ocorrência em que uma mulher teria “seduzida” pelo suspeito, ocorreu em Goiânia, por meio de um aplicativo de relacionamento. No entanto, a delegada explicou que a relação não teve uma duração longa e acabou depois do suspeito locar um veículo no nome da mulher para que ele utilizasse e não a pagasse. Na ocasião, a mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência relatando não saber onde Marcelo estaria com o veículo e até que teria tido conhecimento que o suspeito retirou o rastreador do carro alugado.
Venda de benefício aéreo
Segundo a polícia, mesmo enquanto mantinha um relacionamento com a contadora, o homem aplicava pequenos golpes, principalmente contra as pessoas próximas à mulher.
“Ele mantinha um relacionamento com ela e aplicava golpes quando eles viajavam, aos amigos ao redor”, explicou Bruna.
A delegada ainda pontuou que esses crimes que eram praticados contra pessoas ao redor da vítima de estelionato eram praticados da seguinte forma: o suspeito dizia que era militar da aeronáutica e vendia um benefício aéreo para a pessoa, que custava entre R$ 8 mil a R$ 10 mil reais, com a promessa de que ela poderia viajar o mundo todo.
“Ele vendia o benefício aéreo caro para a pessoa poder viajar o mundo, não entregava e pegava o dinheiro. Ele usou vários títulos não apenas para engambelar dentro dos aplicativos [de relacionamento], mas fora deles”, acrescentou.
Uma das vítimas de golpe, segundo a delegada, teria sido o próprio chefe da contadora, que comprou do suspeito o benefício aéreo no valor de R$ 18 mil.
9, out 2023
Dentista acusado de estupro de paciente vira réu na Justiça do DF
Ministério Público do Distrito Federal e Território denunciou Gustavo Najjar pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro. Defesa do dentista diz que ‘refuta veementemente a notícia da prática de qualquer crime’.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) tornou o dentista Gustavo Najjar réu por suspeita de estupro e de violação sexual mediante fraude. A 3ª Vara Criminal de Brasília recebeu a denúncia dos dois crimes enviada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em 3 de outubro.
Gustavo Najjar responde em liberdade, após ter sido solto pela Justiça do Distrito Federal em 28 de setembro. A defesa do dentista diz que “refuta, veementemente, a notícia da prática de qualquer crime” (veja nota completa abaixo).
Najjar, de 38 anos, foi preso no dia 12 de setembro por estupro. A vítima, uma mulher de 33 anos, procurou a Polícia Civil e denunciou ter sido violentada dentro do consultório dele, em um shopping do Plano Piloto, em Brasília.
De acordo com a polícia, o DNA encontrado no corpo da mulher é de Najjar. O dentista também é suspeito de importunar sexualmente outras sete mulheres.
Como ocorreu o estupro, segundo a vítima de 33 anos
A mulher de 33 anos que fez a primeira denúncia contra Gustavo Najjar disse à polícia que conheceu o dentista por meio de uma rede social. Segundo ela, durante as conversas, ele disse que poderia “resolver insatisfações que ela tinha com a aparência”, já que é especialista em harmonização facial.
Conforme a investigação, no dia 17 de agosto Najjar marcou uma consulta, às 18h, no consultório. “Ele me passou muita confiança. Ele passa confiança […] Pra mim era uma avaliação, que deveria ser normal”, diz a mulher (veja vídeo acima).
A vítima lembra que contou ao dentista que fez outros procedimentos estéticos e que Gustavo Najjar perguntou sobre “sensibilidade”. Então, ele pediu para ver as cicatrizes.
“Ele falou ‘preciso ver onde abriu ponto, onde sangrou, a sua sensibilidade’ […] Ele foi fazendo perguntas que pra mim tinham coerência”, conta a mulher.
O dentista perguntou sobre uma cicatriz de um procedimento que a vítima havia feito na região das pernas. Foi quando ele pediu que a mulher virasse de costas e disse que precisava “ver a sensibilidade”. A mulher conta que, então, Najjar deu dois tapas em suas nádegas.
“Nessa hora em que já ia virando, ele veio por trás como se ele me abraçasse. Ele veio por trás e me fechou.[…] Eu lembro que eu subi, acho que eu subi em torno de umas três vezes a minha calça. Ele descia. E eu não conseguia, não sabia o que fazer. Aí ele me virou rápido na mesa dele e houve a penetração”, diz.
A mulher afirma que, após o estupro, o dentista seguiu a consulta normalmente e ainda zombou dela.
“Na hora em que eu saí eu vi que ele tinha arrebentado a minha calça. Ele foi na frente, tinha um espelho, eu vi. Eu perguntei se tinha uma blusa, alguma coisa pra tapar. Ele falou ‘Fui eu?’ E riu” , diz a vítima.
DNA de material colhido no corpo da vítima é do dentista, diz polícia
Depois do crime, a vítima procurou a polícia. Ela fez exames no Instituto Médico Legal (IML) e foram colhidas amostras de material biológico do seu corpo.
O laudo do Instituto de Médico Legal confirmou que a mulher sofreu lesão corporal compatível com abuso sexual. O exame também atestou a presença de espermatozoides no material biológico colhido da vítima e um outro procedimento detectou a presença de espermatozoides nas roupas dela.
Os resultados ficaram prontos no dia 22 de setembro. Conforme a Polícia Civil do DF, o DNA desse material é do dentista que teve amostras coletadas no dia da prisão.
“O laudo de confronto de material genético realizado pelo IPDNA/PCDF e que foi concluído na data de ontem atestou que o material biológico coletado na vítima de estupro possuía DNA idêntico ao do investigado”, disse a Polícia Civil .
‘Modus operandi’ e outras vítimas
O dentista, de acordo com a polícia, não realizava mais consultas odontológicas, apenas procedimentos estéticos como harmonização facial. Conforme a investigação, Gustavo Najjar tinha um “modus operandi” que se repetiu na maioria dos casos:
O primeiro contato era realizado nas redes sociais.
Depois, o dentista oferecia uma avaliação e dizia que iria “encaixar” um horário na clínica. A consulta era marcada depois do último paciente, quando os funcionários iam embora.
Na avaliação para harmonização facial, ele pedia para a mulher se despir para mostrar o processo de cicatrização ou flacidez do corpo.
Neste momento, ocorria o abuso sexual.
Além da mulher de 33 anos que fez a primeira denúncia, outras sete pessoas procuraram a polícia, conforme o delegado João Ataliba:
Uma jovem de 21 anos e contou que o abuso sexual ocorreu na segunda-feira (11), um dia antes do dentista ser preso;
Uma mulher, de 31 anos, contou ter sido abusada em dezembro de 2022, durante um curso ministrado pelo dentista em Fortaleza, no Ceará;
Uma mulher de 44 anos também procurou a Polícia Civil do Distrito Federal e disse ter sido abusada em 2020, no consultório de Najjar, durante um procedimento estético;
Outras quatro vítimas entraram em contato com a delegacia de forma anônima.
O que diz a defesa de Gustavo Najjar
“A defesa de Gustavo Najjar reafirma que refuta, veementemente, a notícia da prática de qualquer crime e não vai comentar os detalhes do processo em respeito ao sigilo dos autos.
O que a defesa adianta, mais uma vez, é que em resposta à acusação da prática do ilícito existem provas robustas e incontestáveis.
A divulgação de informações escolhidas pelos agentes públicos encarregados da investigação/processo, além de configurar ilícitos graves, busca criar sensacionalismo irracional para antecipar um julgamento sobre os fatos em apuração.
Todas as medidas legais estão sendo tomadas para responsabilizar os agentes públicos que, mesmo advertidos, insistem em transgredir a lei, e que assumem, de forma deliberada, o risco dos resultados de sua conduta inconsequente.
Em respeito à decisão do poder Judiciário, que determinou o sigilo dos autos, e para evitar a exposição da intimidade de outras pessoas envolvidas no processo, a defesa se restringe a essas palavras e segue confiando na justiça.”
12, set 2023
Acusado de mandar matar médico em 2008, ex-deputado Geraldo Moreira vai a júri popular nesta terça-feira
Crime foi há 14 anos, em plena luz do dia, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Todos os outros cinco acusados pelo crime já foram julgados e condenados.
Quatorze anos e seis meses depois do assassinato do médico Carlos Alberto Peres Miranda, em uma rua na Tijuca, na Zona Norte do Rio, o homem apontado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como o mandante do crime vai sentar no banco dos réus.
Está marcado para esta terça-feira (12), às 13h, o início do julgamento do ex-deputado estadual Geraldo Moreira da Silva no 3º Tribunal do Júri da capital.
Carlos Alberto era namorado da ex-mulher de Geraldo Moreira. Na manhã do dia 14 de março de 2008, o médico foi assassinado a tiros na Rua Andrade Neves, em plena luz do dia. As investigações indicaram que o crime foi encomendado pelo então deputado estadual Geraldo Moreira, que já foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), Geraldo estava preocupado com a influência que o médico exercia na namorada em relação à partilha dos bens do então casal, principalmente o apartamento onde o parlamentar morava, em um prédio no Jardim de Alah, em Ipanema, na Zona Sul.
Todos os outros réus que não tinham foro privilegiado já foram julgados no processo.
Por conta de uma série de recursos no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), Geraldo é o único que ainda não foi a julgamento.
Vaivém nos tribunais
Um ano após o crime, em 2009, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, que reúne desembargadores para julgar autoridades com foro privilegiado, aceitou a denúncia do MPRJ, e Geraldo Moreira se tornou réu.
Mas, nas eleições de 2014, ele não conseguiu se reeleger e perdeu o foro. Em maio de 2015, o Órgão Especial encaminhou o processo para a primeira instância. Um ano depois, a Justiça decidiu levar o caso a júri popular.
Em janeiro de 2017, o então deputado estadual Farid Abraão foi eleito prefeito de Nilópolis e deixou a Alerj, abrindo uma vaga para Geraldo Moreira na Casa.
Ele entrou com novos recursos na Justiça do Rio, no STJ e, em 2020, levou o caso ao STF. Em 2021, o recurso da defesa foi negado pelo STF, e o caso voltou ao TJRJ.
Em março deste ano, a juíza Tula Mello, da 3ª Vara Criminal do Rio, marcou a sessão do Tribunal do Júri que vai julgar o ex-parlamentar.
A GloboNews entrou em contato com a defesa de Geraldo Moreira, e aguarda um posicionamento.
Réus condenados
Outros acusados pelo crime já foram julgados e condenados
Segundo a denúncia, o ex-deputado teria mandado o policial militar Marcelo Brasil Gonçalves contratar dois homens para executar Carlos Miranda. Os executores seriam Leandro Rosa da Silva e Ulisses Matheus Costa.
De acordo com o documento, eles estavam em uma motocicleta e emparelharam com o o carro da vítima, sacaram uma pistola e fizeram os disparos.
Já Ailton Silva Diniz e Ivan Luiz Bayer são acusados de participar do planejamento do crime. Eles teriam fornecido a arma e intermediado a contratação dos assassinos. A recompensa seria de R$ 10 mil para Ulisses, e de R$ 5 mil para Leandro.
Todos os cinco já foram julgados e condenados pelo Tribunal do Júri.
23, abr 2023
Médico com sinais de embriaguez é preso após atropelar duas mulheres em bar de Belo Horizonte
De acordo com a Polícia Militar (PM), Elio Souza da Silva Filho fez o teste de bafômetro, que indicou 0,60, índice superior ao de 0,34, e configura crime de trânsito.
O Médico Elio Souza da Silva Filho, de 47 anos, com sintomas de embriaguez, foi preso suspeito de atropelar duas mulheres que estavam em um bar, no bairro Silveira, na região nordeste de Belo Horizonte, durante a madrugada desta sexta-feira (21).
De acordo com a Polícia Militar (PM), Elio Souza da Silva Filho fez o teste de bafômetro, que indicou 0,60, índice superior ao de 0,34, e configura crime de trânsito. As vítimas, de 23 a 19 anos, tiveram lesões nas pernas e estavam em um bar. Câmeras de segurança flagraram o crime.
De acordo com as vítimas, elas estavam sentadas em frente ao bar quando ouviram um barulho de um carro. O motorista do veículo teria parado a caminhonete e, posteriormente, olhado fixamente para elas. O suspeito acertou a cadeira em que elas estavam. Apesar de terem ferimentos leves, elas recusaram atendimento médico.
Após chegarem ao local, os policiais viram que o suspeito estavam com sinais claros de embriaguez: andar cambaleando, hálito etílico, fala desconexa e olhos avermelhados. O médico foi preso em flagrante e o veículo em que ele estava foi apreendido.
24, abr 2016
DATA DA PUBLICAÇÃO 20/04/2016 | CIDADE SANTO ANDRÉ E MAUÁ MANTÊM REPASSES PARA AS EMPRESAS DE BETO PERALTA
As prefeituras de Santo André e Mauá, apesar de enfrentarem problemas de arrecadação e terem lista de fornecedores sem receber há meses, mantêm regularmente os repasses dos contratos com empresas de Beto Peralta. De todas as notas fiscais emitidas pelas companhias do empresário, 92% do valor já foram quitados pelas duas administrações municipais.
Somente nas gestões do andreense Carlos Grana (PT) e do mauaense Donisete Braga (PT), firmas de Beto Peralta executaram serviços na ordem de R$ 193,9 milhões. E já receberam R$ 179,1 milhões.
São três contratos ativos com os municípios de Santo André e Mauá: um de coleta e destinação de lixo firmado junto ao Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André); um de requalificação de conjuntos habitacionais em Santo André; e outro de urbanização e construção de unidades habitacionais no Jardim Oratório, em Mauá.
O acordo com o Semasa envolveu, de 2013 para este ano, R$ 178,2 milhões em serviços. A autarquia já transferiu R$ 167,2 milhões – ou seja, 93,8% de todas as notas fiscais emitidas. A empresa é a Peralta Ambiental.
O outro contrato com a gestão de Santo André que Beto Peralta possui é por meio da empresa Paulista Obras e Pavimentação. Desde 2013, a companhia cobrou R$ 4,5 milhões do governo Grana, que repassou integralmente esse valor.
O convênio com a Prefeitura de Mauá também é com a Paulista Obras e Pavimentação. Dos R$ 11,2 milhões executados desde 2013, R$ 7,4 milhões foram depositados na conta da empresa de Beto Peralta.
A regularidade de pagamentos às empresas de Beto Peralta contrasta com os problemas financeiros enfrentados pelos governos Grana e Donisete. Em Santo André, por exemplo, os contratos de gerenciamento do estacionamento e de disponibilização de merendeiras foram rompidos pela falta de pagamento por parte da administração de Santo André. Alegando dificuldade de arrecadação, Grana determinou contingenciamento de até 50% nos gastos, dependendo das secretarias.
A prática de congelamento de despesas foi adotada por Donisete desde o início da gestão. A lista de credores cresceu nos últimos anos: há empresas reclamando de até quatro meses de espera para receber pelo serviço executado.
Donisete afirmou que o atraso nos repasses também envolve a firma de Beto Peralta. Chefe de gabinete do petista, Jô Ramires negou haver tratamento diferenciado para o empresário. “Pagamentos seguem ordem cronológica estabelecida nos contratos.”
O secretário de Governo de Santo André, Arlindo José de Lima (PT), também refutou qualquer benefício para Beto Peralta. “Não há atrasos para os fornecedores que mantêm contrato com o Semasa porque a autarquia é independente da administração. É um outro caixa, outra conta e possui um orçamento diferenciado.” Beto Peralta não foi localizado para comentar o caso.
Por Raphael Rocha e Júnior Carvalho – Diário do Grande ABC
23, nov 2010
Justiça mantém empresário preso
A Justiça negou ontem o pedido de liberdade provisória para o empresário Marcos Venicius Araújo Silveira e seu primo Francisco Leandro Silva Lima, acusados de atirar contra um morador de rua no último dia 15. Os dois estão detidos no 2º Distrito Policial (DP), no Meireles.
A decisão foi da juíza Rosilene Ferreira Tabosa Facundo, da 4ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua. Ela considerou importante manter a prisão preventiva. ?É evidente que a realidade até agora retratada nos autos do inquérito policial demonstra que as circunstâncias do crime se revestem de alto grau de reprovabilidade e censura. E a liberdade de quem é flagrado em tal conduta afeta diretamente a ordem pública?, ressaltou em nota enviada pelo Tribunal de Justiça do Ceará.
Segundo a denúncia do Ministério Público, foi o empresário quem atirou, de dentro do carro, no olho de José Valderlan Marques da Silva. O primo estaria dirigindo o veículo. Consta nos autos que, após o disparo, os acusados riram da situação e se afastaram do local.
O titular do 2º DP, Francisco Porto, pretende fazer uma acareação entre José e os acusados. Mas, até o fim da tarde de ontem, o morador de rua não havia comparecido à delegacia. No dia em que José recebeu alta do IJF, a Polícia descobriu que ele é foragido da Justiça por um homicídio cometido em 2006, no bairro Passaré.