24, fev 2024
Morador de Leme é condenado pelo STF a 17 anos de prisão por atos golpistas no DF; veja crimes

Corretor de imóveis Edson Carlos Campanha foi o 2º condenado da região; morador de São Carlos aguarda julgamento. Em janeiro de 2023, prédios dos 3 poderes foram atacados.

O corretor de imóveis de Leme (SP) Edson Carlos Campanha foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 17 anos de prisão em regime fechado por participação nos atos golpistas no Distrito Federal, em janeiro de 2023.

O julgamento virtual começou no dia 16 de fevereiro e foi finalizado na noite de sexta-feira (23) após votos dos 9 ministros. (veja abaixo como cada um votou). O g1 não conseguiu contato com a defesa de Campanha até a última atualização da reportagem.

Até terça (20), 86 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) já tinham sido condenados no STF. Campanha foi o segundo condenado da região. Um morador de São Carlos ainda aguarda julgamento. (veja abaixo).

Decisão, crimes e penas
O ministro relator Alexandre de Moraes votou pela condenação e foi acompanhando pelos ministros Dias Toffoli, Carmen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Cristiano Zanin (com ressalvas) e Edson Fachin (com ressalvas). Divergiram do relator os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luís Roberto Barroso.

A decisão aponta que a perícia feita no celular do réu encontrou “registros de foto ou vídeo no dia 08/01/2023 que remetem ao eixo monumental, em Brasília/DF, e ao entorno do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, inclusive com cenas de destruição”.

Edson foi preso no dia 8 de janeiro na praça dos Três Poderes. Nas redes sociais, ele fez publicações chamando os amigos para manifestações em frente a quartéis.

Campanha se tornou réu em maio de 2023 e teve a prisão revogada em agosto, permanecendo em liberdade com diversas restrições.

O corretor de 63 anos foi condenado a 17 anos de prisão, sendo 15 anos e 6 meses de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção e 100 (cem) dias-multa, cada dia multa no valor de 1/3 (um terço) do salário mínimo, pelos seguintes crimes:

abolição violenta do Estado Democrático de Direito – pena de 5 anos e 6 meses de reclusão.
golpe de Estado – pena de 6 anos e 6 meses de reclusão.
dano qualificado – pena de 1 ano e 6 meses de detenção e 50 (cinquenta) dias-multa, fixando cada dia multa em 1/3 do salário mínimo.
deterioração do Patrimônio tombado – pena de 1 ano e 6 meses de reclusão e 50 (cinquenta) dias-multa, fixando cada dia multa em 1/3 do salário mínimo.
associação criminosa armada – pena de 2 anos de reclusão.
Ele também foi condenado a pagar indenização de danos morais coletivos de R$ 30 milhões que deverá ser dividio entre os demais condenados. Ele deve ser preso após o trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recursos.

No interrogatório, Campanha alegou que entrou no Palácio para se proteger de bombas, não arrombou nada e não participou de vandalismo. Disse ainda que não estava com rosto encoberto e não estava armado com canivete.

Ataques no DF
O ataque à democracia é sem precedentes na história do Brasil. Os bolsonaristas radicais quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas que estavam no Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

Na maior parte dos casos, as pessoas envolvidas gravaram a ação e publicaram em suas próprias redes sociais. Na época da invasão, 2.151 pessoas foram presas.

No dia 7 de novembro de 2023, 10 meses após o ataque, a região teve o primeiro morador condenado: Moisés dos Anjos, de Leme (SP). O marceneiro de 61 anos se tornou réu em maio do mesmo ano, junto com outros 2 moradores da região (veja abaixo).

A decisão foi no plenário virtual do STF e a maioria dos ministros votou por condená-lo. A pena foi de 16 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelos seguintes crimes:

abolição violenta do Estado Democrático de Direito
golpe de Estado
dano qualificado
deterioração do Patrimônio tombado
associação criminosa armada

Além de multas, ele também foi condenado a pagar R$ 30 milhões de indenização por danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido entre os condenados. Após o trânsito em julgado (quando a decisão é definitiva e não há possibilidade de recurso), a pena deverá ser executada com a prisão dele.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, ressaltou em seu voto três fatos para a condenação: ele foi preso dentro do Planalto e no celular a polícia encontrou fotos e áudios gravados durante o dia da invasão exaltando a destruição do prédio do supremo e conteúdo golpista.

Anjos ficou preso em Brasília até agosto de 2023. Em seu depoimento, ele negou as acusações e contou que participou do acampamento em frente à academia da Força Aérea Brasileira (FAB), em Pirassununga. Ele afirmou que foi a Brasília para participar de protestos pacíficos.

O g1 entrou em contato com a defesa dele, mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.

Quem é o réu da região que aguarda julgamento?
José Eder Lisboa, de 55 anos – morador de São Carlos

Adestrador de cães, José foi preso em 8 de janeiro no interior do Palácio do Planalto. Durante o depoimento à polícia, ele disse que foi à Brasília em uma van fretada com outras 11 pessoas de São Carlos e que se manifestava pacificamente contra a corrupção e a “falta de transparência” nas urnas. Ele disse não se considerar bolsonarista.

Ele se tornou réu em maio de 2023 e teve a prisão revogada em agosto, permanecendo em liberdade. O processo dele ainda não foi encaminhado ao ministro Morais e não há previsão de data de julgamento. O g1 não conseguiu contato com a defesa dele até a última atualização da reportagem.

José deve cumprir as seguintes medidas enquanto aguarda julgamento:

Proibição de ausentar-se da Comarca e recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana mediante uso de tornozeleira eletrônica, a ser instalada pela Polícia Federal em Brasília, com zona de inclusão restrita ao endereço fixo indicado na denúncia;
Obrigação de apresentar-se perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem, no prazo de 48 horas e comparecimento semanal, todas as segundas-feiras;
Proibição de ausentar-se do país, com obrigação de realizar a entrega de seus passaportes no Juízo da Execução da Comarca de origem, no prazo de 5 dias;
Cancelamento de todos os passaportes emitidos pela República Federativa do Brasil em nome do investigado, tornando-os sem efeito;
Suspensão imediata de quaisquer documentos de porte de arma de fogo em nome do investigado, bem como de quaisquer Certificados de Registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça;
Proibição de utilização de redes sociais;
Proibição de comunicar-se com os demais envolvidos, por qualquer meio.

 

21, fev 2024
Homem é preso por ameaçar a ex, que gravou intimidações: ‘Vou voltar pra te matar!’

Mulher já tinha registrado agressões anteriores na delegacia e tinha conseguido medidas protetivas, mas Antonio Marcos Braga da Silva as descumpriu. Polícia, então, orientou a vítima a gravar as ameaças.

Um homem foi preso em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, por ameaçar a ex-mulher.

Ela já tinha registrado agressões anteriores na polícia e tinha conseguido medidas protetivas na Justiça, mas Antonio Marcos Braga da Silva, de 31 anos, as descumpriu, passando várias vezes ao dia em frente à casa dela, proferindo humilhações e ameaças.

A vítima tornou a pedir ajuda, e a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu, então, a orientou a gravar as intimidações.

Em um dos registros, Antonio afirmou saber que estava sendo filmado, mas não se intimidou.

“Pode gravar, pode gravar! Pode filmar, pode chamar a polícia, uma hora eu vou sair.”

Em outro momento, as ameaças se acirram.

“Eu vou voltar, vou sumir hoje e amanhã vou voltar pra te matar! Eu vou te matar!!!”, gritou.

A ex entregou todo esse material à Deam, que obteve na Justiça um mandado de prisão contra o agressor.

Segundo a delegada Monica Areal, Antonio não aceitava o fim do relacionamento, que durou 2 anos. “Ele perseguia vítima, injuriando, ameaçando, colocando fotos dela com dizeres depreciativos nas redes sociais, ou seja, não deixando essa vítima viver”, declarou.

“Ela relata que, desde que ela estava grávida do filho que ela tem com Antonio, ele começou a agredi-la fisicamente”, destacou.

Antonio vai responder por ameaça, injúria e perseguição.

 

20, fev 2024
MPF denuncia mãe e filho por submeter idosa a trabalho escravo por 72 anos em residência no Rio

Caso foi revelado em 2022. O MPF pediu ainda que a família indenize a idosa no valor de R$ 150 mil por danos morais. Investigação revelou rotina de abusos e restrições para a vítima. ‘É uma situação intolerável’, diz procurador responsável pelo caso.

O Ministério Público Federal denunciou mãe e filho por submeterem uma idosa a condição análoga à escravidão na residência da família no Rio de Janeiro por mais de 70 anos. O caso foi revelado em 2022.

Segundo o MPF, André Luiz Mattos Maia Neumann e Yonne Mattos Maia são acusados de manter Maria de Moura como trabalhadora doméstica, “executando jornadas exaustivas e não remuneradas, em condições degradantes, sem liberdade para se locomover e restringindo sua capacidade de escolha.”

O MPF pediu ainda que a família indenize a idosa no valor de R$ 150 mil por danos morais.

As investigações apontaram que a idosa começou a trabalhar para a família na década de 40, na propriedade da mãe de Yonne, em Vassouras, no interior do Rio.

A mulher, que nunca pôde estudar e não teve acesso a salário ou benefícios trabalhistas, serviu ao menos três gerações da família Mattos como trabalhadora doméstica até ser resgatada em 2022.

Quando a mulher foi resgatada, ela trabalhava como cuidadora da dona da casa e dormia em um sofá, na entrada do quarto principal. Uma denúncia levou o Ministério do Trabalho até a casa, na Zona Norte da capital fluminense. (relembre a reportagem abaixo)

Sem contato com a família
O procurador Eduardo Benones, responsável pela denúncia, afirma que André tentou várias vezes impedir o contato da vítima com familiares que a procuravam, inclusive apagando o número de contato dos parentes dela.

Em outros momentos, quando alguém ligava, André mantinha a chamada no modo “viva-voz” para ouvir o que estava sendo falado.

Ele ainda teria orientado a vítima a mentir para as autoridades, ordenando que ela negasse que prestasse qualquer tipo de trabalho à família. Vizinhos, no entanto, relataram várias vezes que viram a idosa prestando serviços, fazendo compras na feira para André e Yonne.

Por essas conclusões, André também foi acusado de coação. Ele também foi acusado de reter o documento de identidade e o cartão de banco da idosa, sacando seu benefício previdenciário.

” Existem provas robustas de que a vítima foi reduzida à condição análoga a de escravo, na medida em que suas condições de trabalho eram precárias e que sua liberdade foi drasticamente reduzida. A investigação minuciosa demonstrou que, sob o disfarce de uma relação afetiva, escondia- se uma verdadeira exploração . É uma situação intolerável”, afirmou o procurador.

Para o procurador, em um momento que o combate ao racismo é uma agenda internacional, é preciso coibir todas as formas de exploração de um ser humano por outro, nas formas antigas ou contemporâneas de escravidão.

“O MPF tem atuado no sentido de não dar tréguas a essa prática que atenta contra a dignidade humana. Esperamos que a denúncia seja recebida e os réus devidamente processados e condenados”, disse Benones.

 

20, fev 2024
Ex-deputado distrital Carlos Xavier é preso por homicídio de adolescente no DF

Ex-parlamentar tinha mandado de prisão em aberto por homicídio praticado há 20 anos. Crime ocorreu em 2004, quando, segundo investigação, Xavier encomendou assassinato de Ewerton da Rocha Ferreira; g1 tenta contato com defesa de sentenciado.

O ex-deputado distrital do Distrito Federal Carlos Xavier foi preso, nesta segunda-feira (19), na BR-080 e levado para 18ª Delegacia de Polícia, em Brasília. O ex-parlamentar tinha um mandado de prisão em aberto por um homicídio contra um adolescente, praticado há 20 anos.

O crime foi em 2004, quando, segundo a investigação, Xavier encomendou o assassinato de Ewerton da Rocha Ferreira, de 16 anos. À época, o jovem foi apontado como amante da então mulher do ex-distrital (veja detalhes abaixo).

Carlos Xavier já havia sido condenado em segunda instância pelo homicídio, mas respondia pelo crime em liberdade, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A reportagem também entrou em contato com a Polícia Civil e pediu detalhes sobre a prisão. Segundo o mandado, a medida contra Xavier é “decorrente de sentença condenatória”. Após a prisão, o ex-deputado deve ser transferido para o Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Homicídio
O crime ocorreu em 2004, quando Xavier ocupava o cargo de deputado pelo então PMDB. A Câmara Legislativa cassou o mandato do distrital após a denúncia. Foi o primeiro caso de perda de mandato na Casa.

O adolescente assassinado, Ewerton da Rocha Ferreira, foi encontrado com dois tiros na cabeça na manhã do dia de 8 de março de 2004, atrás de uma parada de ônibus, próximo ao viaduto que liga o Recanto das Emas a Samambaia.

Segundo a acusação, o ex-deputado resolveu contratar alguém para executar o crime após se tornarem públicos supostos casos de relacionamentos extraconjugais da mulher dele com adolescentes, incluindo a vítima.

O Ministério Público aponta que Xavier contratou Eduardo Gomes da Silva, conhecido como “Risadinha”, já condenado a 19 anos e três meses de prisão, por R$ 15 mil para matar o adolescente.

De acordo com a denúncia, Silva pagou R$ 2 mil para Leandro Dias Duarte, condenado a 15 anos de detenção, e para um adolescente cometerem o crime. O autor do disparo, segundo a acusação, foi o adolescente.

 

20, fev 2024
Justiça do Rio decreta nova prisão de Lívia Moura por golpe com ingressos do Rock in Rio

Ela já está presa preventivamente por suspeita de estelionato durante o carnaval. Suspeita desobedeceu ordem de colocar tornozeleira eletrônica.

A Justiça do Rio decretou, nesta terça-feira (20), a prisão preventiva de Lívia Moura no inquérito em que ela é apontada como responsável por um esquema que clonou o site do próprio Rock In Rio para vender ingressos falsos. O caso é de 2022, e Lívia chegou a ter direito à prisão domiciliar, mas desobedeceu à determinação judicial de colocar tornozeleira eletrônica.

“Conforme consta dos autos, a investigada teve a substituição de sua prisão pela domiciliar, em 14/12/2022, mediante a condição de monitoramento eletrônico. No entanto, transcorrido mais de um ano, a indiciada sequer compareceu ao setor responsável para a instalação da tornozeleira eletrônica”, diz o juiz Bruno Manfrenatti, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, em sua decisão.

O magistrado cita ainda que a prisão é necessária para garantir a ordem pública.

“Além disso, há notícias de que a investigada continua, supostamente, atuando na prática da venda fraudulenta de ingressos para grandes eventos, a exemplo de tickets para a Sapucaí, no carnaval 2024. Nesse sentido, a prisão se mostra extremamente necessária para assegurar a aplicação da lei penal e para a garantia da ordem pública. Também é possível observar o perigo gerado pela liberdade da investigada, diante da reiteração de sua conduta, o que expõe a perigo e, inclusive, efetivamente, lesa a sociedade.”

Lívia foi presa no dia 13 de fevereiro por suspeita de estelionato no carnaval. Irmã do ex-jogador Léo Moura, ela é acusada de vender entradas falsas para camarotes na Sapucaí.

Ela foi presa em casa, na Estrada dos Três Rios, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, com várias pulseiras.

Segundo vítimas que registraram o crime na 19ª DP (Tijuca), Lívia cobrava R$ 5 mil no ingresso para duas pessoas.

De acordo com os relatos, Lívia dizia que os nomes dos compradores seriam colocados em uma lista de convidados. No entanto, ao chegar no local, as pessoas descobriam que se tratava de um golpe.

Uma das pessoas que foi até a delegacia disse que chegou a questionar Lívia sobre a forma de receber o ingresso, e ela respondeu que seria através de QR Code, enviado pelo WhatsApp. No entanto, o código nunca chegou.

Lívia da Silva Moura é suspeita de estelionato

“Domingo, segunda e sábado: R$ 4,5 mil. Outras pessoas que foram à delegacia falavam que ela dava convite para elas em outros eventos, que toda essa situação foi uma surpresa. Mas ela já fez isso outras vezes”, contou ao g1 uma vítima, sem se identificar.

O Camarote Número 1 afirmou em nota que a Lívia nunca trabalhou para a empresa e que não possui qualquer vínculo com ela. Também ressaltou que o site oficial é o único canal de compra de ingressos. Afirmou ainda que está acompanhando o caso e se colocou à disposição da polícia.

Ingressos falsos no Rock in Rio
No inquérito da 16ª DP (Barra da Tijuca), Lívia Moura é apontada como a responsável por um esquema que clonou o site do próprio Rock In Rio para vender ingressos falsos.

Nos primeiros dias do evento, segundo a Polícia Civil, pelo menos 19 pessoas tentaram entrar na Cidade do Rock com os bilhetes vendidos pelo site fraudulento atribuído à irmã do ex-jogador.

De acordo com a 1ª Promotoria de Investigação Penal Territorial da Zona Sul e Barra da Tijuca, do MPRJ, Lívia praticou uma fraude contra milhares de pessoas, com estimativa de golpes na casa dos R$ 300 mil.

 

20, fev 2024
PF investiga uso de documento de prefeito de São Sebastião em depósitos envolvendo empresa de Renato Cariani; entenda

Depósitos com o CPF de Felipe Augusto (PSDB) totalizam R$ 379,3 mil e foram feitos entre 2015 e 2019. Na época, atual prefeito de São Sebastião era secretário em Caraguatatuba (SP). Ele nega envolvimento nas transações.

A Polícia Federal investiga a utilização do CPF do atual prefeito de São Sebastião, no Litoral Norte de SP, Felipe Augusto (PSDB), em transações envolvendo a empresa do influenciador Renato Cariani – que foi indiciado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

O caso foi revelado pelo Portal Metrópoles e confirmado pela Rede Vanguarda.

No documento que embasou a denúncia do Ministério Público de SP, a PF relata ao menos quatro depósitos supostamente feitos por Felipe Augusto. As transações foram feitas entre 2015 e 2019.

O relatório de investigação da Polícia Federal aponta que o CPF do prefeito de São Sebastião foi utilizado em quatro depósitos simulados entre o laboratório AstraZeneca e a Anidrol, empresa de Cariani.

Ao todo, os depósitos supostamente feitos por Felipe Augusto totalizam R$ 379,3 mil. O primeiro deles foi feito em 20 de janeiro de 2015, no valor de R$ 103,5 mil – veja abaixo a lista de depósitos.

20/01/2015 – R$ 103.500,00
19/10/2016 – R$ 108.300,00
12/07/2017 – R$ 101.000,00
24/01/2019 – R$ 66.500,00
Nos dias seguintes aos depósitos feitos com o nome de Felipe, a Anidrol emitiu notas fiscais à AstraZeneca, com vendas que, somadas, chegam a 1,5 tonelada de lidocaína e fenacetina.

Utilização fraudulenta
Segundo o próprio relatório da Polícia Federal, o nome de Felipe Augusto pode ter sido utilizado de maneira fraudulenta nas transações da empresa de Cariani.

“É possível que, por se tratar de pessoa pública, o CPF de Felipe Augusto tenha sido utilizado de maneira fraudulenta. Aqui, faz-se necessário avaliar em que condições teria se dado a condição de Felipe Augusto na condição de depositante de expressivos valores em favor da Anidrol, no interesse da AstraZeneca, que nega contundentemente tal possibilidade”, afirma o documento.

No documento, a AstraZeneca ressaltou que não possui qualquer relação comercial ou empregatícia com Felipe Augusto e que ele não pertence a seu quadro de funcionários.

Na época dos depósitos, Felipe Augusto era secretário de Planejamento em Caraguatatuba (SP).

Em nota, o prefeito de São Sebastião disse que desconhece o inquérito da Polícia Federal e que já foi intimado e ouvido pela Polícia Civil.

“Não tenho relação, não conheço essas pessoas e nem relação com essas empresas citadas. Sou vítima desse golpe e só tomei conhecimento dessa situação quando cheguei à delegacia de polícia. Usaram meu RG e CPF de forma indevida, sem autorização para possibilitar essa compra, sem meu conhecimento. Já estamos tomando as medidas judiciais cabíveis”, disse o prefeito.

Denúncia
Na última sexta-feira (16), a Justiça de Diadema, no ABC Paulista, acolheu a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo e tornou réu o influenciador fitness Renato Cariani por suspeita de tráfico de drogas.

Além dele, outras quatro pessoas também foram denunciadas pelo crime: Roseli Dorth, Fabio Spinola Mota, Andreia Domingues Ferreira e Rodrigo Gomes Pereira.

Cariani é acusado pela Polícia Federal de usar uma empresa para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas. Mas os insumos não iam para essas empresas. Eles eram desviados para a fabricação de cocaína e crack, drogas que, de acordo com a investigação, abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional comandada por facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Renato tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e é sócio com Roseli da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., empresa para venda de produtos químicos em Diadema, Grande São Paulo.

Segundo a PF, eles teriam conhecimento e participavam diretamente do esquema criminoso. A investigação informa ter provas do envolvimento deles a partir de interceptações telefônicas feitas com autorização judicial de conversas e trocas de mensagens.

 

19, fev 2024
Prefeito de São José do Barreiro (PSD), Lê Braga, é detido pela Polícia Federal

Político foi abordado no trecho de Pindamonhangaba, na Dutra, e conduzido à delegacia da Polícia Federal em Cruzeiro (SP).

O prefeito de São José do Barreiro (SP), Alexandre de Siqueira Braga (PSD), conhecido como Lê Braga, foi detido pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (19).

O político foi abordado pelos policiais no trecho de Pindamonhangaba, na Dutra, e conduzido à delegacia da Polícia Federal em Cruzeiro (SP). Até às 13h45, ele seguia na delegacia.

O motivo da prisão não foi informado oficialmente pela Polícia Federal até a publicação da reportagem. A Prefeitura de São José do Barreiro também não se manifestou sobre o caso.

 

19, fev 2024
Suspeito de matar namorada tem passagem por violência contra a mulher, porte de arma e tráfico de drogas

De acordo com a delegada da Delegacia de Defesa a Mulher (DDM) de Sorocaba (SP), homem havia saído da cadeia há três meses, mas não informou sobre qual crime ele cumpria pena. Ele foi preso suspeito de feminicídio. Corpo de Luciana Machado foi encontrado na casa do pai dele.

O homem preso suspeito de matar Luciana Aparecida de Almeida Machado, de 36 anos, possui passagens pela polícia por violência contra a mulher, porte de arma, tráfico de drogas e furto.

O corpo da vítima foi encontrado dentro de um cômodo em uma casa no Jardim Planalto, em Sorocaba (SP), neste domingo (18), com sinais de espancamento. Ela desapareceu na noite de sábado (17), depois que saiu para ir a uma casa noturna com o suspeito.

De acordo com a família, Luciana namorava o suspeito há seis meses. A delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba disse que Fabrício Veloso de Almeida havia saído da cadeia há três meses, mas não informou sobre qual crime ele cumpria pena.

O suspeito foi preso pela Polícia Militar no bairro Júlio de Mesquita e encaminhado à DDM. Ele passou por audiência de custódia nesta segunda-feira (19) e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).

A Polícia Militar esteve na casa no Jardim Planalto, que pertence ao pai do suspeito. Conforme apurado pela TV TEM, o corpo de Luciana foi retirado por uma funerária e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O sepultamento será nesta segunda-feira (19), em Pilar do Sul (SP). Luciana deixa uma filha, de 12 anos.

Desaparecimento
Luciana morava em Pilar do Sul (SP) e viajou para Sorocaba na quarta-feira (14) para resolver situações relacionadas à matrícula escolar da filha. Ela estava hospedada na casa da tia.

Conforme a tia, na noite de sexta-feira, a vítima disse que iria em uma casa noturna, acompanhada do namorado. O casal saiu da casa da tia com o carro de Luciana, por volta de meia-noite.

Sem contato
Na manhã de sábado, a tia notou que Luciana não havia retornado para casa. Ela também não respondeu mensagens e não atendeu ligações.

Durante a tarde de sábado, Andreia conseguiu contato com uma amiga de Luciana, que disse ter visto a mulher na casa noturna, por volta das 3h, com o namorado. Segundo Andreia, a amiga presenciou o casal discutindo e o homem fazendo ameaças à mulher. Após o ocorrido, os dois teriam deixado o local juntos.

Segundo o boletim de ocorrência, o namorado negou envolvimento no desaparecimento de Luciana e disse à tia que após a ida até a boate, deixou a mulher em frente à casa da parente e não tiveram mais contato.

A casa noturna, que fica na Avenida Ipanema, zona norte de Sorocaba, informou que está à disposição da polícia para prestar esclarecimentos.

19, fev 2024
Preso suspeito de matar guarda municipal durante tentativa de assalto a carro em Três Rios

Maicon da Fonseca Fioravanti, de 21 anos, foi encontrado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Segundo a Polícia Civil, ele confessou o crime.

Um jovem, de 21 anos, suspeito de matar um guarda municipal durante uma tentativa de assalto a um carro, em Três Rios (RJ), foi preso no sábado (17), em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Maicon da Fonseca Fioravanti, conhecido como MK, estava foragido da Justiça.

O crime aconteceu no dia 30 de dezembro, no entroncamento da BR-040 com a Rodovia Lúcio Meira (BR-393), na altura do bairro Moura Brasil (relembre abaixo). Flávio Batista de Araújo, de 37 anos, atuava em Belo Horizonte (MG).

Desde o dia do crime, a Polícia Civil de Três Rios vinha investigando o caso. Maicon foi encontrado por policiais militares do 26° Batalhão (Petrópolis), em um carro descaracterizado, após uma denúncia de que ele estaria vendendo drogas em um bar, no bairro Duques.

Segundo a Polícia Civil, o jovem foi encontrado com seis cápsulas de cocaína. Ele indicou ainda aos policiais que, em uma área de mata próxima ao local onde estava, havia uma sacola com mais 100 cápsulas da mesma droga.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o Maicon disse que sabia do mandado de prisão e deu detalhes de como cometeu o crime. O rapaz alegou que foi para a rodovia com o intuito de roubar um carro e “tomar” o controle do tráfico de um morro em Três Rios de uma facção rival. Ele afirmou ainda que, como o carro não parou, atirou.

A Polícia Civil informou ainda que Maicon confessou que era o responsável pelo narcotráfico nos bairros Moura Brasil, Bemposta e Triângulo e que, após o crime, o chefe da facção criminosa ao qual pertence ordenou que ele fosse para Petrópolis. A principal função dele na organização criminosa era “ritmar”, isto é, alavancar a venda de drogas.

O suspeito foi levado para a delegacia de Petrópolis e ficou à disposição da Justiça. 

O guarda municipal de Minas Gerais, Flávio Batista, estava em um carro com mais três pessoas: a esposa, que é policial civil, a filha e o motorista, um agente penitenciário. Eles saíram de Contagem (MG) e seguiam para Rio das Ostras (RJ).

À época, a Polícia Militar informou que o motorista reduziu a velocidade do carro ao avistar um para-choque de um caminhão caído na pista.

Neste momento, um homem armado tentou entrar na frente do veículo para anunciar o assalto. O motorista acelerou, e o suspeito atirou. Os disparos atingiram o guarda municipal.

Na busca por socorro, o motorista seguiu até a base da K-infra, concessionária que administra a rodovia, na altura do distrito de Bemposta. Flávio, no entanto, não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.

Em nota, a Guarda Municipal de Belo Horizonte (MG) lamentou a morte e se solidarizou com amigos e familiares.

 

19, fev 2024
Fuga em Mossoró: policiais intensificam buscas de fugitivos em cidade na divisa com o Ceará

Esse é o sexto dia da operação de buscas que mobiliza 500 homens das forças de segurança.

As forças de segurança intensificaram as buscas por Rogério Mendonça e Deibson Nascimento – fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró – na região de Baraúna, cidade na divisa com o Ceará. Esta segunda-feira (19) é o sexto dia de buscas.

A fuga aconteceu na última quarta-feira e é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, desde sua criação em 2006.

As buscas acontecem em uma área de mata na zona rural. Em visita a Mossoró neste domingo (18), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, alegou que a complexidade do terreno é um ponto de dificuldade para os trabalhos. Também afirmou que não há prazo para a captura dos presos.

“O terreno é complexo, coberto por mata, em uma zona rural e com uma área extensa. Além de ter rodovias, existem vias e pequenas estradas. O local tem casas esparsas. É um trabalho de busca complexo.”
A operação conta com helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 500 homens das forças de segurança estaduais e federal.

No fim da tarde de domingo (18), houve uma intensa movimentação de policiais, inclusive com uso do helicóptero, em uma propriedade privada em Baraúna, mas nada foi encontrado.

Os criminosos foram vistos pela última vez na noite de sexta-feira (16) quando invadiram uma casa, fizeram os moradores reféns, jantaram e fugiram levando dois celulares, comida e água.

Pistas
Na quarta-feira (14) – mesmo dia da fuga – uma casa foi invadida na zona rural de Mossoró, a cerca de 7 km da penitenciária. Objetos pessoais como camiseta e uma colcha de cama foram furtados.

A polícia foi acionada e fez buscas na área. Na quinta-feira (15) objetos foram encontrados em uma área de mata. Um dos moradores da região confirmou aos investigadores que, entre os itens, estava uma colcha de cama furtada de sua casa.

A Polícia Federal recolheu material biológico desta casa. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.

Já na sexta-feira (16), com a ajuda de cães farejadores, uma camiseta de uniforme de presidiário foi encontrada na mata.

Na noite de sexta os fugitivos invadiram uma casa na zonra rural, fizeram os moradores reféns, comeram, beberam água e roubaram dois celulares.

Buraco usado para fuga
Uma imagem do presídio federal de segurança máxima de Mossoró mostra um buraco na parede da cela de um dos dois presos que fugiram da unidade na madrugada da quarta-feira (14).

As investigações apontam que eles teriam usados barras de ferro para “rasgar” a parede.

Morte de adolescente, rebelião: quem são os fugitivos

Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos – três deles decapitados.

Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.

Rogério da Silva Mendonça é acusado de assaltos no Acre. Já preso foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.

Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

Já Deibson Cabral Nascimento tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.