10, out 2023
Prefeitura de SP faz obra sem licitação em área de proteção ambiental na Zona Sul
Obra é de duplicação da Estrada da Alvarenga em uma área de várzea da Represa Billings. Em nota, administração municipal afirmou que aterro é provisório e que vai ser removido quando trabalho acabar.
O Ministério Público de São Paulo pediu que a Justiça paralise uma obra da prefeitura da capital na Estrada do Alvarenga, na Zona Sul, por falta de licença ambiental.
A obra é de duplicação da estrada e estava sendo feita sem licença em uma área de várzea da Represa Billings. Segundo o MP, dezenas de árvores foram removidas de área protegida por causa da obra.
No começo deste ano, parte da estrada afundou. A prefeitura fez uma reforma no local e decidiu começar uma obra de duplicação em caráter emergencial, sem licitação pública. Ainda em janeiro, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), chegou a afirmar que a obra não poderia esperar.
O MP resolveu investigar e pediu um relatório sobre a obra para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que afirmou que “não foi localizado processo de solicitação de alvará de licença em Área de Proteção e Recuperação aos Mananciais”.
Ainda de acordo com o MP, no local há placas da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) informando que o local é uma “área de preservação permanente” onde deve ser proibido “construir, danificar, invadir e jogar lixo ou entulho”.
Durante a vistoria, os técnicos do Ministério Público anotaram que a operação era danosa para o meio ambiente com o uso de máquinas e retroescavadeiras para a construção de um imenso aterro na área inundável da Represa Billings.
Ainda de acordo com o laudo, o aterro está tomando o lugar de um espelho d’água, reduzindo assim a capacidade do reservatório, que deveria ser usado integralmente para o abastecimento público.
“Já está se aproveitando uma pequena obra que era necessária para fazer um aterro de 9 mil m² em cima da represa sem nenhuma licença. Quanto mais avançarem as obras, menos chance de recuperação do estado anterior nós vamos ter”, afirma Maria Gabriela Ahualli Steinberg, promotora do Meio Ambiente da capital.
Em nota, a administração municipal afirmou que o aterro é provisório e será removido quando o trabalho acabar. Informou ainda que a obra emergencial é uma solução efetiva para 100 mil passageiros que usam 15 linhas de ônibus da região e que a previsão para o fim da duplicação é janeiro de 2024.
Além disso, a prefeitura disse que conseguiu um atestado de dispensa de licença ambiental emitido pela Defesa Civil de São Paulo, mas o documento não substitui o da Cetesb.
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9, out 2023
Mulher é assassinada a tiros na Cidade Universitária; PM suspeito do crime é preso
Segundo testemunhas, militar queria ter envolvimento com a sobrinha da vítima, mas a mulher proibiu. Com raiva, o PM teria disparado arma de fogo.
Uma mulher foi assassinada a tiros na noite de domingo (8) na Cidade Universitária, em Maceió. O principal suspeito do crime é um policial militar que foi preso e encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a Polícia Civil, o militar ficou em silêncio e não confessou nem negou o crime.
Por meio de nota, a Polícia Militar disse que o homem suspeito de atirar é um soldado de 35 anos, Wellington Pereira da Silva, e tinha sinais de embriaguez. A PM lamentou o ocorrido e disse que presta assistência para a família (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).
Um amigo da família publicou no Instagram que estava com o filho da vítima em um bar quando ele recebeu uma ligação falando que a mãe tinha sido baleada em casa.
“Ele ficou sem entender o que tinha acontecido. Só dizia ‘minha minha mãe foi baleada dentro de casa’. Subimos na moto e fomos até a UPA Santa Maria. Lá, as testemunhas disseram que ele [militar] queria ficar com a sobrinha dela, ela foi defender, dizer que ela não queria nada com ele e ele descarregou a pistola nela”, disse Gelson Cardoso.
A vítima, identificada como Rosineide da Costa Silva, 53 anos, foi atingida por três tiros e chegou a ser socorrida, mas morreu na UPA. Ela estava em uma comemoração com amigos e vizinhos.
A sobrinha de Rosineide deu detalhes à polícia sobre as investidas que sofreu do PM na noite do crime. A jovem de 21 anos contou que o soldado tentou abraçá-la e que chegou a puxar com força o seu calção. O g1 teve acesso à íntegra do depoimento.
“Essa mulher que faleceu era a base dessa família que eu conhecia de muitos anos, mulher batalhadora que fazia de tudo pra dar do bom e do melhor para os seus filhos. E agora? Como fica essa situação? Quem perdeu que chora né? Peço a Deus que muitas famílias por aí não passem por isso”, disse Gelson.
O militar suspeito do crime foi preso por uma equipe do 12º Batalhão e encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi registrado o flagrante. Ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e foi encaminhado para o Presídio Militar.
Nesta segunda-feira (9), a Justiça determinou a prisão preventiva do soldado durante audiência de custódia.
Nota Polícia Militar
A Polícia Militar de Alagoas vem a público, com profundo pesar, lamentar o ocorrido no domingo (9), no bairro Cidade Universitária, em Maceió, que resultou no falecimento da senhora Neide Costa. O comandante-geral, coronel Paulo Amorim, presta as mais sinceras condolências à família da vítima.
A Corporação esclarece ainda que desde o primeiro momento que soube do ocorrido tem acompanhado o caso diligentemente.
O autor do crime, um soldado, de 35 anos de idade, foi preso em flagrante e levado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Posteriormente, foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou pelo exame de corpo de delito. O indivíduo encontra-se recolhido ao Presídio Militar e deve passar por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (9).
O caso foi acompanhado pelas equipes do 12º Batalhão de Polícia Militar. A guarnição Fox 4 foi a primeira a chegar ao local do crime e socorreu a vítima ferida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no mesmo bairro – onde, infelizmente, veio a falecer. Prontamente, a equipe de Força Tática da unidade iniciou as buscas pelo suspeito. No momento da prisão, o autor apresentava sinais visíveis de embriaguez.
Paralelamente ao processo judiciário, a PM, por meio de sua Corregedoria-Geral, irá realizar os procedimentos cabíveis rigorosos de acordo com o Regulamento de Disciplina da Polícia Militar de Alagoas, pois a nossa Corporação PMAL não compactua com o desvio de conduta de nenhum dos seus membros.
9, out 2023
‘Ele puxou meu calção com força’: sobrinha de mulher morta por PM em Maceió relata importunação sexual
Rosineide foi baleada três vezes após tentar defender a sobrinha, de 21 anos, das investidas do policial Wellington Pereira da Silva. Ele foi preso em flagrante.
A sobrinha da mulher assassinada no domingo (8) por um policial militar na Cidade Universitária, em Maceió, deu detalhes à polícia sobre as investidas que sofreu do PM na noite do crime. Rosineide da Costa Silva foi morta com três tiros ao tentar defender a jovem de 21 anos do policial. O g1 teve acesso à íntegra do depoimento (veja abaixo os detalhes).
“Desde o começo ele ficava tentando me abraçar, beijar a minha mão e eu sempre evitando. Ele estava visivelmente embriagado. Na hora que fui ao banheiro, ele puxou meu calção com força. Ele disse que queria ficar comigo e eu o coloquei em seu lugar”, disse a jovem.
O policial Wellington Pereira da Silva, de 35 anos, foi preso em flagrante. A sobrinha da vítima contou ainda que, mesmo deixando claro que não queria se relacionar com ele, as investidas continuaram, o que teria incomodado a sua tia.
“Quando fui pegar uma cerveja, ele tentou pegar no meu calção novamente. Quando voltei, a minha tia já estava falando com ele e pedindo que ele respeitasse a casa dela. Ela disse também que ele já estava bêbado e que ele não sabia beber. Ele não disse nada, levantou, sacou a pistola e atirou”, relatou.
Rosineide tinha 53 anos. Ela chegou a ser socorrida para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.
O policial Wellington Pereira da Silva, de 35 anos, foi preso por uma equipe do 12º Batalhão da PM e encaminhado para o Presídio Militar, onde aguarda audiência de custódia. Segundo a Polícia Civil, ele optou por permanecer em silêncio ao ser preso.
Após audiência de custódia realizada nesta segunda, a Justiça determinou a prisão preventiva do soldado.
Em nota, a PM lamentou o ocorrido e disse que presta assistência para a família da vítima.
A Polícia Civil investiga o caso. De acordo com o delegado Thiago Prado, além de homicídio qualificado, o soldado pode responder também por importunação sexual.
“Vamos inquiri-la para saber em que situação ele veio a flertá-la e segurá-la, conforme depoimentos. Isso pode agravar a situação dele, que pode ser processado também por importunação sexual”, afirmou.
9, out 2023
Professora faz atividade sobre Hitler em sala de aula do PR, e Secretaria de Educação investiga suspeita de apologia ao nazismo
Caso ocorreu em Arapongas. Secretaria afirmou que encara situação ‘com extrema gravidade’ e reforçou ‘intolerância à apologia a quaisquer doutrinas, partidos, ideologias e referências ao nazismo’.
Uma atividade realizada por uma professora de história do Colégio Cívico Militar Marquês de Caravelas, de Arapongas, no norte do Paraná, está sendo investigada pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) por suspeita de apologia ao nazismo.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram dois jovens vestidos com roupas pretas ao lado de um manequim com bigode, remetendo à imagem de Hitler. Também é possível uma bandeira vermelha com uma suástica, símbolo que estampa a bandeira nazista.
Em nota, a Seed informou que instaurou procedimento de “apuração urgente” do caso.
Disse, também, que o trabalho tinha como proposta “a reflexão sobre a Segunda Guerra Mundial e suas trágicas consequências”. Veja a nota completa ao final desta reportagem.
A imagem foi postada e deletada
As fotos da atividade foram divulgadas pelo próprio colégio estadual, no Instagram. A publicação foi feita na última sexta-feira (6), mas deletada horas depois pela instituição.
Um print, divulgado por parlamentares paranaenses nas redes sociais, mostra que o perfil do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana curtiu a postagem.
Na publicação, a legenda explicava que a professora estava “desenvolvendo um projeto sobre a 2° Guerra Mundial com os alunos do 3° ano do Ensino Médio” e que eles “tiveram uma tarde cultural entrevistando uma senhora sobrevivente da guerra e todas suas vivências sofridas dessa época tão triste”.
Ainda segundo o perfil, os alunos entrevistaram no trabalho a filha de um soldado nazista, que mora em Rolândia. A gravação foi exibida na escola para turmas.
Na legenda do post, o colégio parabenizava a iniciativa da professora.
“Nossos parabéns por sua iniciativa e seu belo projeto que sem dúvida nenhuma será um marco na vida desses estudantes”. Veja o texto na íntegra abaixo.
O que diz a Seed
“A Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) está apurando as informações sobre o trabalho de história realizado por alunos do ensino médio do Colégio Estadual Marquês de Caravelas, de Arapongas, que propôs a reflexão sobre a Segunda Guerra Mundial e suas trágicas consequências.
Desde já, a Seed-PR reforça que a apologia a quaisquer doutrinas, partidos, ideologias e demais referências ao nazismo são veementemente intoleradas em qualquer escola da rede estadual, sendo a situação relatada em Arapongas, encarada com extrema gravidade.
A Secretaria instaurou procedimento de averiguação urgente e voltará a se manifestar assim que o levantamento for concluído.”
9, out 2023
Mulher é morta a facadas e ex-namorado é preso ao confessar crime, diz polícia
Matheus de Jesus, de 20 anos, contou que conhecia Vivian Maldonado desde que era criança e teve um relacionamento com ela. Crime aconteceu em Luziânia.
Vivian Maldonado, de 32 anos, foi morta a facadas em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. O ex-namorado da vítima, Matheus de Jesus Rodrigues, de 20 anos, foi preso e contou à polícia que matou Vivian após uma discussão.
Ao g1, o advogado Paulo Henrique Cysneiros, nomeado para atuar na audiência de custódia, disse que pediu a liberdade provisória porque Matheus é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita. A Justiça negou o pedido.
O crime aconteceu na noite do último sábado (7). À polícia, Matheus contou que conhece Vivian desde que era criança e teve um relacionamento com ela. No dia do crime, ele disse que foi até a casa dela para conversar, mas eles discutiram.
“Ela começou a arrumar confusão, tendo chamado o vizinho e ameaçou o suspeito e sua mãe. O suspeito chamou a Polícia Militar (PM), a qual conversou com a vítima […] logo que o policial foi embora, a vítima retornou, momento que ela o cercou”, descreve um trecho do depoimento de Matheus.
Após a saída da polícia, Matheus disse que Vivian o acertou com um capacete e ele a esfaqueou. Em um primeiro momento, o jovem disse aos policiais que Vivian “o perseguia” e, depois, falou que cometeu o crime porque havia usado drogas.
O jovem foi encontrado pela polícia, estava com um facão e confessou ter cometido o crime, segundo a PM.
Prisão mantida
Matheus passou por audiência de custódia no último domingo (8) e o advogado pediu a liberdade provisória do cliente. No entanto, o suspeito teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.
Segundo a juíza Nunziata Stefania, que assinou a decisão, os indícios de autoria eram “suficientemente comprovados” e há prova da materialidade do crime.
9, out 2023
Segurança da CPTM troca socos com passageiro em estação de Mauá, na Grande SP
Flagrante aconteceu na noite deste sábado (7) e a empresa disse que o homem “reagiu à abordagem dos seguranças e foi retirado do sistema”.
Um segurança da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi flagrado na noite deste sábado (7) trocando socos com um homem que tentava burlar a catraca de uma estação da empresa na cidade de Mauá, na Grande São Paulo.
O flagrante aconteceu na Linha 10-Turquesa e, segundo a empresa, o homem foi abordado pelos seguranças quando pulou o bloqueio da estação para não pagar a tarifa, por volta das 21h10.
A CPTM disse que o homem “reagiu à abordagem dos seguranças e foi retirado do sistema”.
A empresa afirmou que repudia qualquer tipo de violência por parte de passageiros ou colaboradores e vai investigar a abordagem dos seguranças, usando câmeras de segurança da estação Mauá.
Caso seja detectado algum erro na abordagem dos seguranças com o passageiros, a CPTM disse que tomará as medidas administrativas cabíveis.
Veja a íntegra da nota da CPTM
“A CPTM repudia qualquer tipo de violência, por parte dos passageiros ou dos colaboradores e apura todos os fatos seguintes à abordagem, inclusive com imagens das câmeras de segurança, para tomar as medidas administrativas cabíveis.
Na noite deste sábado (07/10), por volta das 21h10, na Estação Mauá, da Linha 10-Turquesa, a equipe de segurança abordou um homem que burlou o bloqueio (catracas) para não pagar a tarifa, o que é considerado infração. O homem reagiu à abordagem dos seguranças e foi retirado do sistema”.
9, out 2023
Advogado do caso de dentista assassinada em Araras diz que prisão de suspeito dá tranquilidade à família e à sociedade
Cantor sertanejo João Vitor Malachias foi detido em Ribeirão Preto (SP) na noite de domingo (8). Bruna Angleri foi encontrada morta depois de ser violentamente agredida e carbonizada.
O advogado que atua como assistente de acusação no caso da dentista brutalmente assassinada em Araras (SP) disse que a prisão do suspeito dá mais tranquilidade à família e à sociedade. O cantor sertanejo João Vitor Malachias, de 40 anos, foi preso na noite de domingo (8) em Ribeirão Preto.
Em entrevista ao g1, o advogado Daniel Salviato disse nesta segunda-feira (9) que agora a família se sente um pouco mais segura.
“A fuga sempre foi uma preocupação da família, nossa como assistente e acho que até da família. Mas precisa ter indício probatório suficiente para evitar uma revogação da prisão. A família ficou feliz e agradecemos muito ao Setor de Investigação Gerais (SIG)”, disse Salviato.
A dentista Bruna Angleri, de 40 anos, foi violentamente agredida e teve o corpo parcialmente carbonizado, dentro da sua casa, em um condomínio de alto padrão, no dia 27 de setembro.
O cantor, que teve um relacionamento de alguns meses com a vítima, é o principal suspeito. Ele chegou a ser ouvido pela Polícia Civil, mas negou o crime.
Malachias tinha um mandado de prisão temporária expedido desde sexta-feira (6). De acordo com a Polícia Civil, ele foi preso em um posto de combustível entre Ribeirão Preto e Cravinhos, quando tentava fugir para o estado do Goiás. Ele foi levado para a Central de Polícia Judiciária de Ribeirão Preto.
O delegado de Araras, Tabajara Tabajara Zuliani dos Santos, seguiu para Ribeirão Preto para dar andamento à prisão.
De acordo com o delegado, embora o cantor tivesse dito em uma rede social que iria se entregar, ele foi preso por policiais civis de Araras com apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Ribeirão Preto.
Segundo o delegado, a produção de provas do crime continua intensa. A prisão temporária de 30 dias pode ser prorrogada por mais 30. Ainda não se sabe para onde ele será levado, devido à comoção que o crime causou em Araras.
Perseguição policial
A Polícia Militar tentou prender Malachias na noite de sexta-feira (6) quando houve perseguição pela Rodovia Anhanguera (SP-310).
Após abandonar o carro e fugir por um canavial em Cravinhos, o cantor sertanejo publicou uma nota em uma rede social, dizendo que fugiu porque ficou desesperado. No texto, ele disse que, se houvesse um pedido de prisão contra ele, iria se entregar (veja abaixo a nota na íntegra).
Mais tarde, ele apagou a nota e várias postagens das suas redes sociais.
O crime
Segundo a Polícia Militar, a mãe da dentista estranhou que a filha não dava notícias e foi até a casa dela, encontrando-a morta sobre a cama do quarto. O corpo estava parcialmente carbonizado.
Segundo o delegado Tabajara, Bruna havia sido foi severamente agredida. “O rosto estava completamente deformado por fraturas. Tinha uma costela fraturada”, afirmou.
A polícia aguarda o resultado de um exame necroscópico para saber se ela estava viva quando foi queimada.
7, out 2023
Governo de SP tenta transferir Champinha e 4 internos da Unidade Experimental de Saúde para Casa de Custódia; Justiça analisa
Champinha está na unidade desde 2007. Representantes das pastas da Saúde e Administração Penitenciária do governo Tarcísio se reuniram nesta sexta (6) com integrantes do Ministério Público e da Defensoria Pública, diante de representante da Justiça, para tratar do pedido de transferência. Champinha participou dos assassinatos do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé em 2003.
O governo de São Paulo tentou transferir nesta sexta-feira (6) Roberto Aparecido Alves Cardoso, 36 anos, o Champinha, e outros quatro internos da Unidade Experimental de Saúde (UES), na Vila Maria, na Zona Norte da capital paulista.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) pretende levar os únicos cinco internos da UES para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) “Dr. Arnaldo Amado Ferreira”, em Taubaté, no interior de São Paulo. O HCTP é também conhecido como Casa de Custódia.
Há 20 anos, Champinha foi punido por participar do sequestro, tortura e assassinato de um casal de estudantes (leia mais abaixo). Ele tinha 16 anos e cumpriu os três anos da medida socioeducativa. Depois disso, seguiu internado, amparado por laudos psiquiátricos e o artigo 1767 do Código Civil, que prevê que criminosos dotados de transtornos mentais sejam mantidos em “instituições apropriadas”, segundo a Justiça.
Após cumprir a medida socieducativa, Champinha foi transferido para a UES, em 2007, e se tornou o primeiro interno da recém-inaugurada unidade. Ele não cumpre uma pena e não tem previsão de ser solto.
A UES não é um hospital psiquiátrico de custódia, nem um presídio. Mas fica subordinada à Secretaria Estadual da Saúde e tem agentes de segurança vinculados à Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, que fazem a vigilância e possíveis transferências.
Na tarde desta sexta ocorreu uma reunião emergencial com representantes da SES, do Ministério Público (MP), da Defensoria Pública e da SAP. O encontro foi marcado pela Justiça para que as partes envolvidas pudessem se posicionar sobre o desejo do governo de transferir os cinco.
MP e Defensoria se mostraram contrários a ideia do governo estadual. E cobraram um pedido formal à Justiça sobre a questão, o que ainda não teria sido feito, segundo a reportagem apurou. Até a última atualização desta matéria também não havia nenhuma decisão judicial a respeito das transferências. E nenhum dos internos saiu da UES de São Paulo a caminho do HCTP de Taubaté.
Fontes do g1 disseram ainda que a transferência de Champinha e dos outros quatro internos é um desejo da gestão do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A ideia surgiu depois da nova determinação que tornou irregular a detenção de pessoas com diagnóstico de transtornos mentais. Tarcísio, segundo as fontes, quer usar a Unidade Experimental de Saúde como um local exclusivo para tratamento de dependentes químicos da Cracolândia, região conhecida pelo consumo e tráfico de drogas no Centro de São Paulo.
Desde agosto, segundo resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os manicômios judiciários, como as Casas de Custódia também são conhecidas, não podem mais receber internos. Pela resolução, elas deixarão de existir em 2024. A Secretaria da Saúde informou que a Unidade Experimental de Saúde não é uma Casa de Custódia.
Procurada nesta sexta pelo g1 para comentar o assunto, a SES informou por meio de nota que só realiza transferências com autorização judicial.
“A Secretaria de Estado da Saúde informa que qualquer eventual transferência na Unidade Experimental de Saúde (UES) ocorre com devido alinhamento com a Justiça. À pasta cabe indicar a equipe médica, providenciar os medicamentos, bem como o acompanhamento clínico e psiquiátrico dos internos, sem interferência quanto ao local de cumprimento”, informa o comunicado divulgado pela SES.
A Secretaria da Administração Penitenciária também falou sobre a necessidade de decisão judicial.
“Qualquer eventual transferência na Unidade Experimental de Saúde (UES) ocorre com devido alinhamento com a Justiça”.
Para Daniel Secco, defensor público do Núcleo da Infância e Juventude, a transferência seria ilegal.
“Essa transferência que se cogitou seria completamente ilegal. A situação atual da internação dessas pessoas na Unidade de Saúde já é ilegal. A transferência para o hospital de Custódia de Taubaté, onde são internadas pessoas que cumprem medidas de segurança, o que não é o caso dos internos da Unidade de Saúde, seria uma aberração porque não soluciona o problema e cria vários outros problemas legais e práticos”, disse.
O crime
Em 2003, quando estava com 16 anos, Champinha e mais quatro adultos participaram dos assassinatos do casal Liana Friedenbach, também de 16, e Felipe Silva Caffé, de 19, em Embu Guaçu, na Grande São Paulo.
Os estudantes tinham ido acampar na cidade, mas foram sequestrados e torturados pelo grupo. A adolescente ainda foi estuprada por Champinha e outros homens antes de ser morta por ele com golpes de facão. Felipe foi morto por um tiro por um dos adultos.
O crime chocou o país. Os quatro adultos foram julgados e condenados pela Justiça: Antônio Caetano Silva foi punido com 124 anos de prisão; Paulo Marques, 110 anos; Agnaldo Pires, 47 anos; e Antônio Matias de Barros, seis anos.
Pelo fato de ser menor de 18 anos à época do crime, Champinha foi encaminhado à Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem, que anos depois passou a se chamar Fundação Casa) para cumprir as medidas socioeducativas. Depois, foi transferido para a UES.