5, out 2023
Blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, condenado por tentativa de atentado à bomba em Brasília, deve ser ouvido nesta quinta-feira (5) na CPI dos Atos Antidemocráticos

Depoimento está marcado para 10h, na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Wellington Macedo estava foragido desde janeiro e foi preso em 14 de setembro no Paraguai.

A CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) deve ouvir nesta quinta-feira (5), às 10h, o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, de 47 anos. Ele é um dos três condenados pela tentativa de explodir uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal do ano passado (relembre mais abaixo).

Wellington foi preso em 14 de setembro. Ele estava foragido desde janeiro e foi encontrado na Cidade do Leste, no Paraguai(veja vídeo acima).

O blogueiro coleciona dezenas de acusações por dano moral e crimes por atos contra a democracia. Em 18 de agosto, enquanto estava foragido, ele foi condenado a seis anos de prisão, em regime inicial fechado, e multa de R$ 9,6 mil.

Por se tratar de um detento, o depoimento de Wellington precisou da autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em tese, ele não precisa produzir provas contra si e, por esse motivo, pode ficar em silêncio durante a oitiva, apesar de falar na condição de testemunha.

O acusado já prestou depoimento na CPI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, mas decidiu ficou em silêncio. Em pronunciamento inicial, ele disse que aceitaria colaborar com a comissão em uma nova convocação, caso a defesa tivesse acesso às investigações em que Wellington é alvo. Em seguida, se recusou a responder aos questionamentos dos parlamentares.

O cearense Wellington Macedo foi preso pela Polícia Nacional do Paraguai, em uma ação que contou com a colaboração da Polícia Federal. Ele foi entregue para as autoridades brasileiras na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no Paraná, à Cidade do Leste.

Wellington é acusado de tentar explodir um caminhão-tanque com combustíve próximo ao Aeroporto de Brasília, no dia 24 de dezembro de 2022. Os outros dois envolvidos, George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, estão presos e foram condenados em 2ª instância pela Justiça do Distrito Federal.

Com forte presença nas redes sociais, Wellington teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes por incentivar atos antidemocráticos no dia 7 de setembro de 2021. Desde então, cumpria prisão domiciliar e usava tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, frequentava o acampamento bolsonarista em frente ao quartel do Exército, em Brasília.

De acordo com o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Leonardo de Castro Cardoso, o blogueiro cearense também teve participação direta nos ataques contra o prédio da Polícia Federal em Brasília, em 12 de dezembro do ano passado.

Cargo na gestão Bolsonaro

Wellington Macedo foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele teve um cargo comissionado na Diretoria de Promoção e Fortalecimento de Direitos da Criança e do Adolescente entre fevereiro e outubro de 2019.

Wellington começou a trabalhar no meio da comunicação cobrindo a região norte do Ceará. Em 2018, passou a publicar notícias alinhadas com o bolsonarismo.

Com forte presença nas redes sociais e bolsonarista radical assumido, ele passou a ganhar milhares de seguidores e usou as redes sociais para disseminar denúncias sem provas, além de incentivar atos contra a democracia.

5, out 2023
Médicos mortos na Barra: o que se sabe e o que falta esclarecer

Ortopedistas tinham vindo de São Paulo para um congresso internacional.

Três médicos foram mortos a tiros, e um foi internado baleado, em um ataque na madrugada desta quinta-feira (5) na Barra da Tijuca. Até a última atualização desta reportagem, não se sabia a motivação do crime.

O que falta esclarecer?
Por que os médicos foram mortos?
Quem são os executores? Existe um mandante?
Os ortopedistas podem ter sido vítimas por engano?
Para onde os assassinos fugiram?
Veja, a seguir, o que se sabe.

Quem são os mortos?
Diego Ralf Bomfim, 35 anos: Irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado federal psolista Glauber Braga (RJ). Especialista em Reconstrução Óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Morreu no Hospital Lourenço Jorge.
Marcos de Andrade Corsato, 62 anos. Médico assistente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Morreu na hora.
Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos: Especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Fez aniversário na terça (3). Morreu na hora.

Quem é o sobrevivente?
Daniel Sonnewend Proença, 32 anos: Formado pela Faculdade de Medicina de Marília em 2016, é especialista em cirurgia ortopédica. Foi levado com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge com pelo menos 3 tiros e seria transferido para uma unidade particular. O estado dele era estável na manhã desta quinta.

Onde foi o ataque?
O crime foi no Quiosque do Naná, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Barra da Tijuca, entre os postos 3 e 4, em frente ao Hotel Windsor.

Como foi o ataque?
À 0h59, um carro branco parou, e 3 homens de preto e armados de pistolas desembarcaram e abriram fogo à queima-roupa.

Foram pelo menos 20 disparos. Um dos criminosos ainda voltou para atirar mais em um dos médicos que tentava se refugiar atrás do quiosque.

A ação durou apenas 30 segundos.

Alguém viu o crime?
Sim, havia mais clientes na hora. Uma delas relatou:

“Não teve conversa, não teve voz de assalto. Simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito, muito rápido. Em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. Então, a gente percebeu que não foi um assalto exatamente. Foi simplesmente uma execução.”
Quem está investigando?
A Delegacia de Homicídios da Capital.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações.

A Polícia Civil de São Paulo também ofereceu auxílio.

 

4, out 2023
Suspeito de matar ex-patrão no Ceará após demissão é preso

Vítima de 66 anos foi morta por vingança.

Um homem de 23 anos, suspeito de matar o ex-patrão que o demitiu na cidade de Tabuleiro do Norte, no interior do Ceará, foi preso nesta terça-feira (3) em Apodi, no Rio Grande do Norte, onde estava escondido.

O crime ocorreu em 2018, na localidade de Sítio Vertente, zona rural do município cearense, e vitimou um homem de 66 anos. As investigações da Polícia Civil apontaram que o idoso foi morto por vingança, por demitir o suspeito.

A Polícia Civil do Ceará representou pela prisão de Francisco de Assis de Melo Moura, conhecido como “Diassis”. Após a expedição do mandado, a equipe fez buscas e obteve informações acerca da localização do ex-funcionário, que teria fugido para o estado vizinho após o crime.

Os policiais civis da Delegacia Municipal de Tabuleiro do Norte foram até Apodi e conseguiram capturar o suspeito de homicídio qualificado.

 

4, out 2023
Unirio demite professor alvo de denúncias de assédio sexual e moral por ex-alunas

Leonardo Ávilla era coordenador de um laboratório da instituição que estuda mamíferos extintos. Em 2021, ‘Fantástico’ conversou com 23 pessoas que afirmaram terem sido vítimas de abuso.

A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) demitiu o professor Leonardo dos Santos Ávilla, que foi alvo de denúncias de assédio sexual e moral por ex-alunas. O caso ganhou repercussão em dezembro de 2021, após reportagem do Fantástico.

A portaria que determina a demissão do professor foi publicada em edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (4) e é assinada pelo reitor José da Costa Filho.

Ávilla foi alvo de um processo administrativo disciplinar, que tramitou entre dezembro de 2021 e julho deste ano. Após as investigações, a universidade optou pela demissão pela prática de conduta escandalosa.

Segundo a portaria publicada em Diário Oficial, para a demissão foram considerados “a natureza e a gravidade das transgressões praticadas, os danos decorrentes para o serviço público, bem como as circunstâncias”.

Ávilla atuava como professor de paleontologia. Em 2021, quando as denúncias foram divulgadas, ele era chefe do Laboratório de Mastozoologia da Unirio, responsável por estudo de mamíferos extintos.

Em entrevista ao Fantástico, as ex-alunas afirmaram que eram bolsistas e que o professor tinha o poder de cortar o benefício e expulsá-las do programa.

A reportagem conversou com 23 pessoas que disseram que foram vítimas de abusos. Segundo as vítimas, os casos aconteceram entre 2007 e 2021.

“Eu não podia me dar ao luxo de simplesmente dizer para ele que não, porque eu tinha medo de ele me mandar embora do laboratório. Como é que eu ia fazer?”, contou uma vítima, que dormiu com Ávilla.
Também há relatos de retaliação na produção acadêmica, como a supressão de créditos em artigos e o arquivamento de pesquisas.

Quando a reportagem foi ao ar, a defesa do professor negou as acusações e afirmou que ele “nunca utilizou a posição dele para obter vantagem sexual contra qualquer tipo de aluno”.

A UniRio confirmou a demissão através de sua página na internet. No texto, a universidade informou que após investigação interna não restaram dúvidas sobre o ocorrido. “A Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) teve acesso a relatos e provas apresentados pelas vítimas, que não deixaram dúvidas sobre a prática de assédio sexual”, diz o texto.

 

4, out 2023
Estudantes da Unicamp fazem paralisação após confusão envolvendo professor

Greve geral foi definida durante assembleia na terça-feira. Alunos afirmam que docente os agrediu e ameaçou com faca; ele alega legítima defesa.

Os estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizam uma paralisação nesta quarta-feira (4). Eles protestam pela exoneração de um professor que teria agredido e ameaçado estudantes com uma faca, na manhã de terça (3), durante uma manifestação.

De acordo com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o greve foi definida durante uma assembleia. Ao longo do dia, os institutos que integram a universidade e centros acadêmicos devem se reunir para definir mais detalhes da paralisação.

Os grupos também protestam contra a precarização das universidades públicas, pela contratação de professores e melhora na estrutura dos institutos, pela criação de cotas para estudantes transexuais e contra privatização dos serviços públicos estaduais.

Essas pautas também foram tema de uma manifestação realizada na manhã de terça, em apoio à greve realizada em São Paulo e que contou com a participação de trabalhadores do transporte público e da Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp), entre outros serviços.

Durante o ato, dois alunos afirmaram terem sido agredidos e ameaçados pelo professor Rafael de Freitas Leão, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC). Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra uma briga envolvendo o docente e um aluno (relembre abaixo).

Confusão entre professor e estudantes
Estudante da Unicamp diz que foi agredido por professor com faca

A confusão teria começado por volta das 7h, quando os estudantes visitavam as salas para chamar outros alunos para uma paralisação. O professor teria pedido que saíssem, o que gerou o desentendimento. Gustavo Bispo, de 20 anos, diz que, nesse momento, o docente o agrediu.

Ele relata que usou uma mesa para se defender e conseguiu fugir. “Quando a gente tava tentando conversar e fazer um diálogo sobre a a paralisação que está acontecendo, esse professor veio pra cima de mim, segurou no meu braço e me jogou no chão”.

Na sequência, o prédio foi cercado pelos estudantes e a segurança acionada. Foi então que outro aluno e o professor brigaram, como mostra o vídeo acima. O professor ainda teria jogado spray de pimenta no rosto de estudantes, segundo relatos.

“Levantou uma faca tentando me esfaquear, a mim e um outro estudante, que tentou correr daquele espaço também”, disse em vídeo. Apesar disso, não há informações sobre feridos.
Rafael de Freitas Leão disse à polícia que em 2016 sofreu ameaças de alunos. Por isso, carregava um spray de pimenta e faca para se defender. Ao chegar na instituição pela manhã, viu um grupo de alunos se aglomerando na entrada da sala. Ainda segundo boletim, ao tentar entrar na sala, foi abordado por Gustavo, que teria dito que ele não daria aula em decorrência da paralisação.

No depoimento, Leão diz que o aluno o empurrou e, por esse motivo, pegou a faca e o spray de pimenta. O rapaz teria se afastado e ele guardando o armamento. O docente afirmou que muitos jovens se aglomeraram ao seu redor, incluindo João, que teria chamado os alunos para avançarem contra ele. Por medo de ser linchado, conta que usou o spray de pimenta. Seguranças se aproximaram e o levaram para uma sala, onde esperou a Polícia Militar.

O que diz a Pró-Reitoria de Graduação (PRG)
Em postagem nas redes sociais, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) manifestou repúdio às atitudes do professor, e disse que se posiciona pela aplicação imediata dos procedimentos administrativos e legais necessários, “compatíveis com a gravidade do caso”.

“A PRG vem a público manifestar repúdio às atitudes de um servidor docente, amplamente divulgadas nas redes sociais e na mídia nacional, de: ir armado para a sala de aula; tentar infligir uma facada em um estudante; atacar outro estudante com spray de pimenta.”

Como o caso foi registrado
O boletim de ocorrência foi registrado no plantão policial do 1º Distrito Policial como lesão corporal e incitação ao crime, tendo Rafael como vítima e Gustavo como autor. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal.

O que diz a Unicamp
Por meio de nota, a Reitoria da Unicamp informou que repudia “os atos de violência praticados no campus de Barão Geraldo”. Diz ainda que “a conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis”.

“Ressalte-se, ainda, que a Reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes. É preciso, nesse momento, calma e serenidade para que os conflitos sejam tratados de forma adequada e os problemas, dirimidos”.

 

4, out 2023
Estupro, roubo, capotamento e corpo enrolado em lençol: veja o que se sabe sobre morte de fisioterapeuta em Goiás

A invesitigação aponta que a jovem foi estuprada antes de ser morta. Suspeito do caso, Jerfeson Erivaldo da Silva Nascimento, foi preso na última segunda-feira (2).

A fisioterapeuta Larissa Araújo, 25, foi morta e teve o corpo arremessado para fora de um carro após capotamento, em Rio Verde. O suspeito do caso, Jerfeson Erivaldo da Silva Nascimento, também de 25 anos, foi preso pela na última segunda-feira (02). Segundo a Polícia Civil (PC), o homem fugiu do local após capotar o carro, mas foi encontrado minutos depois. Entenda o que se sabe do crime até o momento.

Os laudos da perícia do Instituto Médico Legal no corpo de Larissa apontam que a jovem foi morta por volta das 6h da manhã da última segunda-feira (2). Algumas horas antes do crime, a jovem postou em seu instagram um storie assistindo a um desenho animado, marcando 01h28 no relógio.

Estupro e roubo
A investigação da PC apontou que Jeferson entrou na casa da vítima por volta de 4h da manhã e saiu do local às 6h, dirigindo o carro da vítima com o corpo dentro, além dos itens da residência encontrados, como um botijão de gás e uma televisão. No corpo da vítima foi encontrado material genético masculino após perícia, o que apontou sinais de violência sexual na fisioterapeuta.

“Esse carro era dela, estava na garagem. Os objetos que estavam dentro também eram pertences dela. Acreditamos na possibilidade de ter entrado na casa para fazer um furto, acabou progredindo para um estupro e retirou o corpo do local para evitar provas”, disse o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso.
Vídeo mostra capotamento
Na tentativa de fuga para esconder o corpo, o motorista capotou o carro na BR-060, momento em que o corpo, que estava no porta malas, foi arremessado para fora enrolado em um lençol. Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra o momento do acidente e quando o suspeito sai correndo do local pela rodovia (veja abaixo).

Segundo a Polícia Militar, Jerfeson Erivalo foi preso minutos após o acidente e conduzido à delegacia. Em depoimento, o suspeito do crime disse ter recebido a quantia de R$100 e 25g de maconha do ex-namorado de Larissa, para esconder corpo. No entanto, a polícia contesta a versão do suspeito, acreditando que o próprio detido a roubou, estuprou e matou.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu contato com a defesa do ex-namorado de Larissa.

“Esse outro suspeito [o ex-namorado], foi conduzido para a delegacia, mas não vai ser autuado, ele será investigado. Não será autuado, pois não há provas no momento capaz de autuá-lo em flagrante”, disse o delegado.

Jerfeson Erivaldo é natural do Rio Grade do Norte e cumpriu, no estado, pena entre os anos de 2017 a 2023 pelos crimes de furto e roubo. O suspeito foi solto de sua última prisão em junho deste ano.

Durante o tempo em que ficou preso, os registros da PM apontam que Jerfeson teve mal comportamento em algumas ocasiões, o que resultou em advertências.

A vítima

Larissa nasceu em agosto de 1998. Fisioterapeuta, ela trabalhava no Pronto Atendimento Pediátrico da Secretaria de Saúde de Rio Verde. O corpo da jovem foi encontrado e identificado pelas digitais na última segunda-feira (2). Ela foi sepultada na manhã da última terça-feira (3).

“Ela era formada há pouco mais de um ano, amava a profissão e era uma jovem simples, que gostava de viver a vida”, descreveu a prima.
O que falta esclarecer
Até o momento, a Polícia Civil investiga as possíveis motivações do crime e se houve de fato envolvimento do ex-namorado de Larissa, apontado Jerfeson em depoimento como mandante do crime. O laudo cadavérico feito pelo IML deve apontar dentro de 13 dias a causa da morta da jovem.

 

3, out 2023
Confusão na Unicamp: veja as versões do professor e dos estudantes envolvidos em briga

Alunos afirmam que docente usou faca para ameaçá-los, enquanto professor diz que usou o armamento para se defender. Confusão foi na manhã desta terça-feira (3), durante uma manifestação.

Na manhã desta terça-feira (3), um professor e estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se envolveram em uma confusão durante uma manifestação.

Os alunos afirmam que foram agredidos e ameaçados com uma faca, enquanto o docente alega que usou o armamento para se defender.

A reitoria da instituição repudiou o ato e informou que a conduta do funcionário Rafael de Freitas Leão será averiguada (veja a nota completa abaixo).

Como e quando a confusão começou?
A confusão teria começado por volta das 7h, dentro da instituição, quando os estudantes visitavam as salas de aula para chamar outros alunos para uma paralisação.

Aprovada em uma assembleia estudantil no dia anterior, a manifestação foi realizada em forma de apoio às greves que ocorrem desde o início da manhã em São Paulo.

Gustavo Bispo, que tem 20 anos e é diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), disse ter sido o primeiro alvo das agressões. À EPTV, afiliada da TV Globo, ele contou que o professor agiu com violência logo que entrou na sala para explicar os motivos da paralisação.

“A gente ia dialogar pedindo para esses professores cancelarem as aulas. Eu cheguei na sala primeiro do que ele, parei na porta e falei: ‘professor, podemos conversar, posso explicar pra vocês essa paralização?’. Não houve nem resposta. Ele já falou: ‘sai da minha frente'”, afirma.

“[O professor] agarrou meu braço imediatamente. Eu, único estudante negro que estava naquela sala. Ele me jogou no chão, com os ombros, empurrando, sacou o canivete e tentou me esfaquear. Consegui jogar a cadeira em cima dele e consegui correr”, afirma.

De acordo com o boletim de ocorrência, o estudante João Gabriel Cruz disse à polícia que participava da paralisação quando viu o professor chegar à sala de aula e Gustavo, na sequência, correr para avisá-lo do ato. João não entrou no prédio neste momento, mas disse que uma estudante gritou avisando que o professor havia sacado uma faca.

O aluno pediu que os colegas acionassem a segurança. Em seguida, outros estudantes se posicionaram nas saídas, cercando o prédio, para impedir que o docente deixasse o local. Ainda segundo o registro, o professor tentou sair e, por isso, João gritou que ele estava fugindo. Foi então que o suposto agressor foi para cima dele.

“Eu observei que o professor estava tentando sair de fininho. Eu denunciei para os estudantes, falei: ‘o professor está aqui’. Ele deu meia volta, sacou o spray de pimenta, e avançou na minha direção espirrando o spray de pimenta na minha cara” (o vídeo acima mostra a briga entre o aluno e o professor).

“Nesse momento, eu consegui segurar a mão dele, derrubar ele e imobilizar. Foi o momento em que os seguranças chegaram, conseguiram separar ele e retirar o armamento que ele tinha”.

Rafael de Freitas Leão é professor do Instituto de Matemática da Unicamp e disse à polícia que em 2016 sofreu ameaças de alunos. Por isso, carregava um spray de pimenta e faca para se defender. Ao chegar na instituição pela manhã, viu um grupo de alunos se aglomerando na entrada da sala. Ainda segundo boletim, ao tentar entrar na sala, foi abordado por Gustavo, que teria dito que ele não daria aula em decorrência da paralisação.

No depoimento, Leão diz que o aluno o empurrou e, por esse motivo, pegou a faca e o spray de pimenta. O rapaz teria se afastado e ele guardando o armamento. O docente afirmou que muitos jovens se aglomeraram ao seu redor, incluindo João, que teria chamado os alunos para avançarem contra ele. Por medo de ser linchado, conta que usou o spray de pimenta. Seguranças se aproximaram e o levaram para uma sala, onde esperou a Polícia Militar.

“Esse professor foi impedido de entrar em sala de aula para ministrar sua matéria de matemática para os alunos. Alguns jovens, ele não sabe precisare de qual curso, mas não é da matéria ao qual ele ministra, o empurraram. Inclusive, ele teve lesão no quadril. Quando caiu ao solo, se levantou e puxou o spray de pimenta. No sentido de não ser linchado, utilizou o spray de pimenta. Ato contínuo, também puxou uma faca”, pontuou o advogado Adilson Junior.

Nenhum estudante ficou ferido.

Como o caso foi registrado
O boletim de ocorrência foi registrado no plantão policial do 1º Distrito Policial como lesão corporal e incitação ao crime, tendo Rafael como vítima e Gustavo como autor. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal.

O que diz a Unicamp

Por meio de nota, a Reitoria da Unicamp informou que repudia “os atos de violência praticados no campus de Barão Geraldo”. Diz ainda que “a conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis”.

“Ressalte-se, ainda, que a Reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes. É preciso, nesse momento, calma e serenidade para que os conflitos sejam tratados de forma adequada e os problemas, dirimidos”.

Manifestação na Unicamp

Nesta terça-feira (3), trabalhadores e estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fazem um ato em apoio às greves realizadas em São Paulo. Eles protestam contra a privatização de órgãos estaduais e a precarização das instituições públicas de ensino.

O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) informou que a manifestação também reforça os pedidos por aumento no vale-refeição, abono e contra a instalação de ponto eletrônico, que motiva uma greve desde agosto.

Nas redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) publicou que diversos centros acadêmicos aderiram ao ato. Imagens divulgadas mostram que as entradas dos prédios e o acesso às salas de aula foram fechados com cadeiras (veja a foto abaixo).

A paralisação também é apoio ao movimento da USP, que pede a contratação de professores. “Uma parte dos estudantes da Universidade aderiu a essa paralisação, com a adesão e apoio também do STU”, disse a Unicamp.

 

3, out 2023
Pastor ataca imagem de Nossa Senhora Aparecida durante culto no interior de SP

Ataques de intolerância religiosa ocorreram durante um culto na Igreja Vida Nova, em Bastos (SP); pastor chamou a imagem de “Satanás fantasiado de azul”. Escultura foi instalada pela prefeitura que disse respeitar todas as religiões.

Um pastor evangélico causou polêmica ao atacar uma escultura de Nossa Senhora Aparecida colocada na entrada da cidade de Bastos, no interior de SP.

Os ataques de intolerância religiosa ocorreram durante um culto na Igreja Vida Nova e foram transmitidos em uma live no último domingo (1º).

No vídeo, o pastor Sérgio Fernandes critica a prefeitura da cidade por ter colocado uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e afirma que ela não representa o município. 

“Aquela imagem não nos representa. Não tem nada a ver com a gente. Eu estou indignado. Estou conversando com pastores, com pessoas, porque eu estou indignado em usar o dinheiro público para fazer aquilo que fizeram”, afirma.

Na sequência, o religioso continua com a crítica afirmando que outros símbolos poderiam representar a cidade, que é reconhecida como a “Capital do Ovo” e tem forte influência da imigração japonesa.

“Quando a pessoa entra em Bastos, e olha lá a bandeira do Brasil, a bandeira do Japão, o obelisco(…) beleza, é cultura japonesa. Parabéns, nos representa.”

Neste momento, o pastor evangélico passa a atacar a imagem da santa, chegando a chamá-la de “satanás fantasiado de azul”.

“Põe ovo, põe galinha, põe o que quiser, mas não vem pôr o Satanás fantasiado de azul na entrada da cidade”, diz o pastor.

Ainda no vídeo, o pastor Sérgio Fernandes diz que não irá aceitar a permanência da imagem de Nossa Senhora no local. “[Ela] só traz maldição para a nossa cidade. Aquilo lá é ponto de contato com o inferno(…) Todo espírito de idolatria não vai ficar aqui, eu não aceito”, finaliza.

O g1 entrou em contato com o pastor, que afirmou que irá se manifestar “em momento oportuno”.

O que diz a Prefeitura de Bastos?
Em nota, a prefeitura de Bastos afirma que “entende que todas as religiões devem ser respeitadas” e, “pensando em criar um espaço harmônico entre evangélicos e católicos”, instalou na entrada da cidade uma estátua em homenagem à Nossa Senhora Aparecida e outra em homenagem à Bíblia, que representaria a comunidade evangélica.

“O local passaria a ser um ponto para ambas as religiões poderem usufruir”, diz o comunicado. Os projetos ainda não foram concluídos, mas as esculturas já estão à mostra para o público.

Ainda no comunicado, a Prefeitura afirma “repudiar todo e qualquer tipo de intolerância religiosa”.

 

3, out 2023
Caso Letícia: cinco anos após o crime, acusado de estuprar e matar filha esfaqueada segue foragido

Letícia Tanzi foi morta pelo pai, que havia acabado de deixar a prisão, no dia 3 de outubro de 2018, em São Roque (SP). Menina havia denunciado o homem por estupro. Em junho de 2021, Horácio Nazareno foi incluído na lista dos criminosos mais procurados de SP.

O caso de Letícia Tanzi, uma adolescente de 13 anos morta a facadas pelo pai que havia acabado de sair da prisão, completa cinco anos nesta terça-feira (3). Mesmo incluído na lista dos criminosos mais procurados do estado de São Paulo desde junho de 2021, o suspeito, Horário Nazareno Lucas, continua foragido.

Letícia foi morta a facadas em casa horas depois de o pai ter deixado a prisão, onde cumpria pena por estupro contra a cunhada. Durante o período em que ficou preso, ele foi denunciado pela filha pelo mesmo crime.

Ao sair da penitenciária, com o benefício de recorrer da primeira acusação de estupro em liberdade, Horácio foi para casa tentar convencer a adolescente a retirar a denúncia. A jovem se recusou e foi esfaqueada várias vezes por ele.

De acordo com a investigação, o inquérito foi concluído e a prisão preventiva de Horácio foi decretada, na época. No entanto, falsas denúncias e pistas baseadas em boatos de moradores levaram os policiais a dezenas de buscas em vão em cidades da região.

A maioria das pessoas afirmava ter visto Horácio com barba, boné e andando em uma estrada rural. Há relatos também de supostas andanças em matas de São Roque e Mairinque (SP).

Contudo, em nenhuma das situações ele foi encontrado. Como nasceu e foi criado na região, Horácio tinha conhecimento de trilhas na mata densa de São Roque.

Denúncias sobre a localização do homem podem ser feitas pelo telefone 181 ou direto com o setor de capturas, pelo número (11) 3311-3021. Não é preciso se identificar.

Crime

Segundo a Polícia Civil, Letícia estava em casa no dia 3 de outubro de 2018, quando Horácio foi até o imóvel depois que recebeu o alvará de soltura.

Enquanto ele esteve detido, a jovem o denunciou à polícia, alegando que era violentada por ele desde 2017. Horácio, então, foi até a casa da filha com o objetivo de convencê-la a retirar a denúncia de estupro, conforme relato da mãe.

A mulher disse também que Horácio estava calmo, mas a situação mudou quando a menina se negou a voltar atrás em relação à queixa.

Buscas na mata

O crime sensibilizou moradores da cidade e reuniu uma força-tarefa de buscas com equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal para encontrar o suspeito, que fugiu em direção a um matagal.

A floresta na região é constituída de árvores altas e copas desenvolvidas com muitos arbustos, o que dificulta o trabalho da polícia. Além disso, tem diversas nascentes.

A extensão da floresta no entorno de São Roque faz limite com outros municípios. Quem conhece a área pode ter acesso à Rodovia Castello Branco e chegar a Araçariguama (SP).

A Guarda Municipal de Itupeva (SP) foi acionada e usou cães farejadores para tentar encontrá-lo. Inclusive, o cão Max, da raça Bloodhound, chegou a identificar o odor de Horácio em trilhas, mas o homem segue foragido.

 

 

2, out 2023
Médica de UTI é presa dentro de hospital acusada de desacato por PMs: ‘Fui algemada e pacientes ficaram sozinhos’, diz profissional

Caso foi registrado no Hospital Ipiranga, Zona Sul de SP. Segundo testemunhas, uma equipe da PM foi até o local para pedir boletim médico de um policial aposentado, mas médica alegou que estava fora do horário de visita. Na versão relatada pelos PMs, profissional arremessou um documento no rosto de um tenente.

Uma médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ipiranga, Zona Sul de São Paulo, chegou a ser detida dentro do hospital após ser acusada por policiais militares de desacato, na noite de domingo (1º).

Testemunhas relataram que uma equipe da PM foi até a unidade para saber sobre o estado de saúde de um policial aposentado que deu entrada na UTI, e pediu o boletim médico. Porém, a médica teria se negado a fornecer as informações por estar fora do horário de visitas.

Na delegacia, a profissional de saúde afirmou que chegou a ser algemada dentro do hospital e colocada na viatura.

“Fui algemada e me colocaram no camburão. Me tiraram de dentro da UTI e os pacientes ficaram sozinhos”, afirmou a profissional enquanto estava no 17º DP.

Já na versão relatada pelos policiais, de acordo com o boletim de ocorrência, a acusação de desacato se deu porque a médica arremessou um documento no rosto de um tenente da PM. O motivo da confusão não foi informado no registro da ocorrência.

Ainda conforme o boletim, um exame no instituto Médico Legal foi requisitado para constatação de lesão no braço do policial que teria sido causada pela médica.

Após assumir o compromisso de comparecer perante o Juizado Especial Criminal (Jecrim) quando intimada, a médica foi liberada.

O que diz a Secretaria da Saúde
Em nota, a Secretaria da Saúde informou que o Hospital Ipiranga lamenta e que dará total apoio à profissional médica envolvida no caso.

“De acordo com a Legislação, boletim médico só pode ser passado a familiares, responsáveis legais ou por determinação judicial”.

O que diz a Secretaria da Segurança Pública
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar irá apurar a conduta dos policiais envolvidos na ação. “O boletim de ocorrência foi registrado como desacato e ela foi liberada”.