8, fev 2024
Homem atropela a ex 2 vezes e é procurado por tentativa de feminicídio; vídeo mostra o crime

Igor dos Santos Silva avança com o veículo em cima da ex e de outro homem na rua. Após atingir os dois, ele volta e atropela novamente a mulher, já caída no chão.

Um homem é procurado pela polícia por tentativa de feminicídio e de homicídio. Um vídeo (veja acima) mostra quando Igor dos Santos Silva atropela a ex-companheira duas vezes seguidas na Rua Melancia, em Curicica, Zona Oeste do Rio.

Outro homem também foi atropelado. Os crimes foram na manhã de terça-feira (6).

Nas imagens, dá para ver quando a vítima passa correndo e pede ajuda ao homem, que passava de bicicleta pela rua. Em seguida, um carro cinza aparece em alta velocidade e atinge os dois, que caem no chão.

O carro dá ré e volta a atropelar a mulher, já caída.

As duas vítimas tiveram escoriações, mas não correm perigo de morrer.

O delegado Augusto Lago, da 32ª DP (Taquara) afirmou que pediu a prisão preventiva de Igor, que é procurado pela polícia.

“A polícia conta com a colaboração da população e está reunindo todos os esforços para prender o criminoso”, disse Lago.

 

8, fev 2024
Trio que estava a caminho de reunião para definir novo chefe da milícia em Seropédica é preso

Encontro definiria quem ficará no lugar de Tauã de Oliveira Francisco, o Tubarão, morto na última terça-feira durante uma operação da Polícia Civil.

A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (7) três milicianos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, quando estavam a caminho de uma reunião para discutirem quem se tornaria o chefe da milícia de Seropédica, também na Baixada, após a morte do miliciano Tauã de Oliveira Francisco, o Tubarão, na última terça (6).

De acordo com os investigadores, os presos são: Gabriel de Lima Battisti, o GL; Alexandre de Souza Damasceno, o Bebezão, e Igor da Silva Barreto, o Shortinho.

A polícia diz que GL é apontado como responsável por arrecadar dinheiro de extorsão. Já Bebezão e Shortinho seriam os seguranças do grupo paramilitar.

Com eles, os agentes apreenderam uma pistola calibre 45, um carregador, munição, cinco celulares e R$ 700.

7, fev 2024
Homem finge ser hóspede de hotel, fala inglês para usar piscina, mas acaba preso

De acordo com os policiais, Bruno Camargo Duarte, de 28 anos, tem passagens por estelionato e furto.

Um homem foi preso nesta terça-feira (6) após se passar por hospedes de um hotel no Flamengo, na Zona Sul, para usar a piscina do local.

O suspeito chegou a fingir que falava inglês para tentar enganar os funcionários. Mas, não deu certo.

De acordo com os policiais, Bruno Camargo Duarte, de 28 anos, antes de usar a piscina, chegou a conversar com profissionais.

No entanto, funcionários suspeitaram que ele não era hospede e seguranças passaram a acompanhar a movimentação de Bruno pelo hotel.

A polícia foi chamada e foi constatado que o homem havia dado um golpe no day use – que a pessoa paga para usar o espaço em um dia só.

Bruno foi preso e levado para a 9ª DP (Catete). Segundo os policiais, o homem tinha passagens por estelionato e furto.

 

7, fev 2024
Polícia Civil captura chefe do tráfico do Amarelinho no interior da Paraíba

O trabalho de monitoramento do criminoso passou a indicar que ele teria se escondido na cidade de Congo, a 255 quilômetros da capital João Pessoa, no fim do ano passado. Traficante será levado de volta ao Rio

Policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) prenderam na tarde de terça-feira (6) o homem apontado como gerente geral do tráfico do Conjunto Amarelinho, Leonardo Alves da Silva, o Mustang. A prisão foi efetuada no município de Congo, no interior da Paraíba.

As investigações contra a quadrilha começaram mais especificamente após a morte do inspetor da mesma delegacia, Ellery Ramos de Lemos, em 2018, durante uma operação na vizinha favela do Acari, também dominada pela facção Terceiro Comando Puro (TCP).

O trabalho de monitoramento do criminoso passou a indicar que ele teria se escondido na cidade de Congo, a 255 quilômetros da capital João Pessoa, no fim do ano passado.

“Ele tinha saído da favela com a família e ficamos monitorando. Ele foi para uma cidade com 5 mil habitantes apenas, escondida. Pedimos apoio da draco da Paraíba e conseguimos capturá-lo logo no segundo dia”, explicou o delegado Rodrigo Coelho, titular da DRE.

“Identificamos os vínculos com outros investigados e conseguimos ter certeza que o alvo e sua companheira estavam residindo na cidade, para onde seguiram com auxílio de um antigo morador do Amarelinho (que tambem tem passagens por tráfico)”, disse o delegado.

Mustang foi capturado pela agentes da DRE numa estrada de terra, em uma ação que contou com apoio da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Paraíba.

O traficante será trazido para o Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (7), em um voo de carreira.

7, fev 2024
Suspeito de ataques contra polícias em 2006 e tentativas de roubo a bancos é preso em Valinhos

Homem era procurado pela Justiça há 19 anos. Operação também apreendeu uma pistola no bairro Vale Verde.

Um homem procurado pela Justiça desde 2005 foi preso em uma operação do 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta quarta-feira (7) em Valinhos (SP).

Segundo a polícia, Jackson Oliveira dos Santos, de 44 anos, tinha ao menos dois mandados de prisão em aberto.

De acordo com informações apuradas pela EPTV, ele é suspeito de envolvimento nos ataques contra forças policiais ocorridas em 2006 e também é acusado de participar de tentativas de roubo a bancos de Araçatuba (SP) e Confresa (MT).

O homem também tem passagens por roubo a banco e tráfico de drogas, além de ter sido indiciado anteriormente por homicídio, segundo o capitão Antunes Ribeiro, do 1º Baep.

“Tendo em vista o perfil combativo do alvo, de alta periculosidade, um alvo que em tese, segundo as investigações, já cometeu homicídio, já atacou forças policiais, nós tínhamos que fazer uma entrada completamente dinâmica, uma forma muito rápida, então entramos e o rendemos ainda na cama. Não teve tempo de reação”, detalha Ribeiro.

Na casa em que ele foi encontrado, no bairro Vale Verde, os agentes localizaram uma pistola calibre 9 milímetros e munições, além de roupas e equipamentos táticos. O preso será encaminhado para a Delegacia de Valinhos, onde a ocorrência deve ser registrada.

7, fev 2024
PRF prende falso bombeiro que usava documento, uniforme e carro vermelho como viatura

Francisco da Silva foi preso com uma carteira de identificação do Corpo de Bombeiros falsa, além de um veículo particular com adesivo da corporação.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Serviço Reservado do Corpo de Bombeiros prenderam nesta quarta-feira (7) um homem que se passava por bombeiro militar.

Francisco da Silva foi identificado como falso bombeiro, após os policiais encontrarem com ele uma carteira de identificação falsa do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

Além do documento ilegal, Francisco também tinha uma viatura da corporação falsa. Na verdade, ele utilizava um carro particular da cor vermelho, com adesivos dos Bombeiros. Os policiais também encontraram com Francisco um uniforme da corporação.

O falso bombeiro foi levado para a delegacia da Pavuna, na Zona Norte do Rio. Agora, a Polícia Civil quer saber se Francisco usava o carro e a carteira para obter algum tipo de vantagem.

 

6, fev 2024
Idoso é preso suspeito de matar irmã e ferir sobrinho após briga por conta de herança

O crime aconteceu em Campo Grande, na Zona Oeste. O homem foi identificado como Jorge Ferraz Valério. Ele sofreu um corte na mão e está sob custódia no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande.

Um homem de 77 anos é suspeito de matar a tiros a irmã, de 74, e ferir o sobrinho, na manhã desta terça-feira (6), após uma briga. De acordo com testemunhas, a confusão teria ocorrido por conta de uma herança. O crime aconteceu em Campo Grande, na Zona Oeste.

A idosa foi identificada como Marli de Medeiros Valério. Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o suspeito foi identificado como Jorge Ferraz Valério. Ele sofreu um corte na mão e está sob custódia no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande.

Já o filho de Marli, identificado como Victor Hugo Valério de Lucena, de 35, foi baleado na boca e também está internado no Rocha Faria.

Em nota, a Polícia Militar informou que policiais do 40º BPM (Campo Grande) foram acionados para verificar ocorrência de tentativa de homicídio na rua Potiraguá, em Campo Grande. No local, os militares encontraram o corpo de uma vítima e isolaram a área para perícia.

Em seguida, os agentes foram informados que uma segunda vítima havia sido ferida e socorrida ao Hospital Municipal Rocha Faria.

Simultaneamente, equipes dispondo de informações sobre o paradeiro do suspeito de disparar contra as vítimas realizaram um cerco na altura da Estrada do Lameirão com Av. Brasil e o detiveram.

Segundo os PMs, um revólver calibre 38 foi apreendido na ação. A Polícia Civil disse que o caso está em andamento.

 

6, fev 2024
Casal é condenado a quase 11 anos de prisão por sequestrar e registrar recém-nascido no Rio

Fabíola da Silva e o marido dela, André Correa, foram presos em flagrante no ano passado.

A Justiça do Rio condenou, no último sábado (4), Fabíola Santos de Silva e André Côrrea Caetano a quase 11 anos de prisão, em regime fechado, pelo sequestro de uma bebê, em junho do ano passado, na Maternidade Carmela Dutra, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte.

A criança foi encontrada na casa da dupla, em Piedade, também na Zona Norte, dias depois. A sentença é do juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, titular da 27ª Vara Criminal do Rio.

Após levar a menina da unidade de saúde, o casal registrou a criança como sendo filha deles. A dupla acabou sendo presa em flagrante. Os dois negaram que tenha havido sequestro e disseram que a mãe entregou a bebê para adoção.

A mãe negou e acionou a polícia, que passou a investigar o sequestro.

“O caso dos autos não se trata da chamada ‘adoção à brasileira’, já que Náthally, mãe da recém-nascida, garantiu que em nenhum momento concordou em dar sua filha para os réus, sendo certo que a mera dúvida da mãe da criança acerca de ficar ou não com sua bebê, vinda de uma mulher de 23 anos em pleno puerpério, jamais justificaria a subtração de uma recém-nascida logo após a alta hospitalar e sua colocação em lar substituto”, citou o juiz na sentença.

O sequestro
De acordo com as investigações, a mãe da criança disse que conheceu a Fabíola na maternidade, quando se internou ainda durante o pré-natal.

Na unidade de saúde, a vítima, ainda grávida, contou suas preocupações em criar o bebê que estava a caminho com poucos recursos. Essa paciente teria indicado uma amiga que poderia ajudá-la.

Essa amiga era Fabíola, que se aproximou da vítima, ofereceu cesta básica, e foi acompanhante dela durante o parto. De acordo com as investigações, a mãe da criança chegou a conviver 20 dias com a sequestradora do filho.

De acordo com o delegado Renato Carvalho, que investigou o caso, assim que a mãe e criança receberam alta, Fabíola e o André acompanharam a mãe até a residência dela. Lá, eles se aproveitaram da fragilidade da puérpera para roubar as documentações e sequestrar a bebê.

“Ao chegar lá, a mãe biológica reclamou de um certo cansaço, em virtude de uma cesárea. E essa senhora, que foi presa hoje, levou a criança pra casa com a promessa de retornar logo”, explicou o delegado.

Os investigadores disseram que a mãe entrou em contato algumas horas depois, pedindo que a bebê fosse levada de volta. Mas logo depois, o casal desligou os celulares. A mãe decidiu procurar a polícia, que descobriu que o endereço fornecido por eles era falso.

Quando os investigadores chegaram ao casal, descobriram que eles já tinham até registrado a criança com os documentos roubados da casa da mãe. O marido de Fabíola declarou ser o pai da criança.

“O registro de nascimento foi obtido através do furto da carteira de identidade da mãe biológica, bem como a declaração de nascimento que é obtida, a princípio, pelo hospital. Eles teriam furtado, se aproveitado desses documentos e feito o registro”, afirmou o Renato Carvalho.

2, fev 2024
Falso entregador de aplicativo é preso menos de dois meses após sair da cadeia e voltar a assaltar no Rio

Homem usava roupas e mochila de entregador para praticar assaltos, segundo a polícia. Ele é suspeito de balear um cliente de uma barbearia no final de janeiro, na Tijuca, durante um assalto.

Um homem foi preso nesta sexta-feira (2) por policiais do 2º BPM (Botafogo) e da 18ª DP (Praça da Bandeira) suspeito de cometer vários assaltos em bairros do Rio. De acordo com a PM, ele usava uniforme de entregador de aplicativo do iFood para distrair as vítimas.

O homem foi preso em novembro do ano passado, também por roubo. Ele foi solto em dezembro e, segundo a polícia, voltou a praticar os crimes.

Ygor da Silva Gomes, conhecido como Índio, de 23 anos, já acumula outras sete anotações criminais – entre elas, três por roubo a mão armada e um homicídio. Nesta sexta, ele foi localizado no Estácio, na Zona Norte do Rio.

De acordo com a Polícia Militar, os investigadores chegaram até o suspeito após perceberem o aumento do número de roubos praticados com a mesma forma de atuação do acusado na Grande Tijuca.

Segundo a corporação, é Ygor quem aparece em uma imagem de câmera de segurança assaltando o cliente de uma barbearia em janeiro desde ano.

No último dia 27, segundo os investigadores, Índio roubou e baleou um homem na Tijuca, na Zona Norte. A vítima esperava para cortar cabelo quando o suspeito chegou em uma moto com roupa de entregador do iFood.

Após anunciar o assalto, a vítima reagiu, e o criminoso atirou duas vezes. Um disparo atingiu o abdômen do cliente, que precisou passar por uma cirurgia no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Após o crime, Índio fugiu. O caso é investigado pela 19ª DP (Tijuca),

A ocorrência desta sexta será registrada na 18ª DP (Praça da Bandeira).

Em nota, o iFood disse que “repudia o uso indevido da sua marca e qualquer tipo de conduta criminosa de terceiros que não possuem relação com a empresa e que contribuem para a depreciação da imagem e trabalho dos entregadores.”

A empresa disse também que “não exige dos entregadores que usem a mochila com a logo da empresa para fazer entregas pela plataforma. Portanto, o fato de uma pessoa estar usando uma mochila da marca não significa que ela esteja fazendo uma entrega pelo iFood ou que seja um entregador cadastrado.”

A TV Globo tenta contato com o Tribunal de Justiça do Rio.

A Secretaria de Administração Penitenciaria (Seap) informou que o suspeito foi posto em liberdade após relaxamento da prisão no dia 20 de dezembro.

 

2, fev 2024
Crime da 113 Sul: assassino confesso causa reviravolta 14 anos após homicídio triplo em Brasília; entenda ponto a ponto

Em 2009, três pessoas foram mortas com mais de 70 facadas em um apartamento de luxo na capital federal; entre os mortos, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a mulher dele. A filha do casal foi uma das condenadas pelo crime.

Prestes a completar 15 anos, o caso que ficou conhecido, em Brasília, como “crime da 113 Sul” teve uma reviravolta nesta quinta-feira (1º ).

A ONG “Innocence Project”, que se dedica a comprovar casos de erros judiciários em processos já encerrados em vários países, pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a liberdade de um dos condenados pelo assassinato de três pessoas em apartamento de luxo na quadra 113 Sul, em 2009. Para o Ministério Público, no entanto, essa versão não tem valor (leia mais abaixo).

Como o crime aconteceu?

Três pessoas foram mortas com mais de 70 facadas em um apartamento do sexto andar na quadra 113 da Asa Sul, em Brasília, em agosto de 2009.

Quem são as vítimas?
Inicialmente tratado como latrocínio (roubo seguido de morte), o caso chamou ainda mais atenção por causa da identidade de uma das vítimas: José Guilherme Villela, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Além do ministro, foram assassinadas a mulher dele, Maria Carvalho Villela; e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva.

Quem encontrou os corpos?
Os corpos dos três foram encontrados pela neta do casal já em estado avançado de decomposição.

Como foram as investigações?
As investigações tiveram idas e vindas. A primeira delegada do caso disse que teve ajuda de uma vidente para desvendar o crime. Martha Vargas, então, apontou três supostos culpados. Depois, a delegada foi presa e condenada por ter forjado provas contra eles.

Em 2010, no ano seguinte do crime, outra delegacia assumiu o caso e apontou os executores: Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde o casal morava; e o sobrinho dele, Paulo Cardoso Santana. Os dois confessaram o crime e, na casa deles, foram encontradas as joias roubadas das vítimas.

Mas os dois mudaram de versão:

eles disseram que foram contratados pela filha das vítimas, Adriana Villela, para matar os pais;
e incluíram uma terceira pessoa na cena do crime: Francisco Mairlon Aguiar.
Qual era a versão inicial de Leonardo e Paulo?
Inicialmente, Leonardo dizia que somente ele e Paulo tinham ido ao apartamento dos Villela para roubá-los. Depois, afirmou que foi contratado por Adriana para matar o casal e forjar um roubo.

Na época, ao mudar a versão, Leonardo disse que ficou na rua e não entrou no apartamento. Ele, então, incriminou Francisco Mairlon, afirmando que foi ele e Paulo que subiram até a cobertura dos Villela e desferiram as facadas.

Em 2010, Paulo confirmou à polícia a versão narrada por seu tio. No entanto, em 17 de janeiro deste ano, ele fez uma retratação à ONG.

Relembre os 10 dias de julgamento do ‘Crime da 113 Sul’
Adriana Villela, filha do casal assassinado, foi condenada a 67 anos
Qual é a reviravolta revelada agora?
Segundo a ONG “Innocence Project”, Paulo, um dos condenados, agora inocenta Francisco Mairlon. Ele diz que acusou o homem porque, na época, foi torturado pela polícia.

“Em nenhum momento a gente entrou em contato com Francisco Mairlon. Francisco Mairlon não tem nada a ver com isso aí. Ele é inocente, entendeu? Ele foi levado num processo a pagar por um crime que ele não cometeu. Ele tá há 14 anos inocente”, diz, agora, Paulo.
A segunda inocente no caso, segundo Paulo, seria Adriana, a filha do casal, que também foi condenada. Nessa nova versão, cairia a tese de crime encomendado.

Adriana não é citada no pedido de habeas corpus apresentado pela ONG “Innocence Project” porque, no caso dela, ainda cabe recurso. Ela foi condenada pelo crime, mas aguarda o julgamento de seu recurso pelo STJ em liberdade.

A defesa de Francisco Mairlon argumenta que o nome dele só foi apontado pelos réus confessos no sétimo depoimento à polícia e que os dois jamais repetiram a acusação em juízo. A defesa também alega que faltam provas contra ele e pede exame de DNA e rastreamento no celular dele para comprar que ele nem passou perto do apartamento no dia do crime.

Segundo a advogada Dora Cavalcanti, do “Innocente Project”, ele confessou o caso sob tortura e recebeu da polícia, na época, a promessa de que sairia logo da cadeia se confessasse participação no crime.

O que diz a ONG?
O “Innocence Project” afirma que, durante um ano e meio, analisou as mais de 16 mil páginas do processo, assistiu a vídeos que estavam arquivados na Justiça, que mostram as circunstâncias em que os executores confessaram o crime, e concluiu que Francisco Mairlon não teve participação. A ONG atua somente em favor dele.

O pedido de habeas corpus, um tipo de recurso, protocolado no STJ contesta uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que negou, no ano passado, um pedido do “Innocence Project” para produzir novas provas com o objetivo de reabrir o processo de Francisco Mairlon.

O “Innocence Project” alega no habeas corpus que Francisco Mairlon foi condenado com base apenas nos depoimentos de Leonardo e Paulo, sem outras “provas técnicas” que o ligassem ao crime.

O número de celular que teve o sigilo quebrado em 2010, quando Francisco Mairlon foi preso, não era o mesmo que ele usava na data do crime, em 2009, afirma Dora.

“Tendo em vista que Francisco Mairlon residia no estado de Goiás, distante mais de 30 km da SQS 113 em Brasília, onde trabalhava na mercearia do pai no bairro do Pedregal, é inegável que tal informação [a localização do celular no dia do crime] seria relevantíssima para confirmar, por mapeamento de ERBs [antenas de transmissão], que o Paciente [Mairlon] não estava, no dia 28 de agosto de 2009, nem próximo do Edifício Leme”, diz o Innocence Project.

O que diz o Ministério Público
Um dos promotores do caso, Marcelo Leite Borges, afirma que, para o Ministério Público, a retratação não tem “valor nenhum”, porque os condenados já mudaram suas versões outras vezes.

“[É] Uma alegação sem prova nenhuma, que quer fazer a gente reabrir toda a instrução de um processo transitado em julgado. Todos eles voltaram atrás nos seus depoimentos. Isso é mais uma manobra para tentar justificar a reabertura do caso”, diz Borges.

“A coisa julgada tem que ser respeitada. A decisão do Conselho de Sentença tem que ser respeitada”, afirma, referindo-se ao júri que condenou Mairlon.

No caso de Adriana, o promotor sustentou a mesma posição, de que a nova versão não tem “valor nenhum”.

O que diz a Polícia Civil
Questionada sobre as alegações de que pressionou os acusados a mudarem suas versões, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que, “considerando que o citado caso se encontra em tramitação no Poder Judiciário, não irá se manifestar”.