21, ago 2020
Operação Além-mar descobre cocaína escondida em carregamentos de melões

A carga lícita de melão de Quixeré (CE), foi “contaminada”, com inclusão da cocaína, durante o transporte do Ceará ao Porto de Natal, escolhido como ponto de exportação por não ter “scanners” para visualização do conteúdo dos containers.

Blog da Brontée — Uma Operação que recebeu o nome de Além Mar, deflagrada pela Polícia Federal, em Pernambuco, revelou um esquema bilionário ligado ao tráfico internacional de cocaína que envolvia não apenas os traficantes “donos” da droga, mas empresários e pilotos que não apenas possibilitavam a entrada da droga no Brasil, vinda do Paraguai, em helicópteros, com destino a São Paulo, onde era armazenada em hangares para depois seguir para cidades portuárias do Norte/Nordeste, como, também, possibilitavam, por meio de empresas e atividades aparentemente lícitas, o transporte da droga para portos e sua exportação para a África e a Europa em containers transportando, principalmente, frutas, como mangas e melões e operavam a “lavagem” do dinheiro ilícito por meio de empresas de fachada.

Um fato curioso que foi revelado nas investigações é a utilização de cargas lícitas para esconder a droga.

Inicialmente, acreditava-se que a exportação da droga se dava apenas pelo Porto do Pará, mas a Polícia Federal constatou que os traficantes passaram a utilizar a logística de empresas exportadoras estabelecidas em Recife/PE.

Durante uma ação da PF, em São Paulo, na casa de um dos cabeças do esquema, o traficante Caio Bernasconi, foi encontrado um comprovante de transferência bancária realizada pela GBL ALIMENTOS E REPRESENTAÇÃO EIRELE, em favor da GENESIS IMPORTS COM IMPORT EXPORT E REP COM LTDA.

O documento, que registra transferência no valor de R$ 205.241,15, é datado de 17/10/2018.

Outros documentos arrecadados no local, tratavam de possíveis exportações de melão e manga in natura em curso para a Europa, através da contratação da empresa GÊNESIS, sediada no bairro de Boa Viagem, na capital pernambucana. Entre os documentos, uma pequena planilha, com dados como peso, preço, origem e destino de cargas de melão para exportação.

Segundo a delegada da Polícia Federal Adriana Vasconcelos, que conduziu a Operação, considerada uma das mais importantes da história da instituição no combate ao tráfico internacional de cocaína, foi a partir da documentação apreendida na casa do traficante Caio Bernasconi e da cooperação da Receita Federal, diligências de campo, depoimentos colhidos que foi possível a identificação de exportações de frutas suspeitas culminando com a apreensão de aproximadamente 10 toneladas de cocaína, bem como a identificação de novos integrantes das organizações criminosas consorciadas.

Foi assim, segundo a delegada, que em 16 de novembro de 2018 foram apreendidas 2,5 toneladas de cocaína, no Porto de Rotterdam, na Holanda, escondidas em uma carga de melões exportada pela empresa pernambucana GENESIS.

O container foi embarcado dias depois da transferência realizada para a Genesis e dois dias antes do cumprimento do mandado de prisão contra o traficante.

O container fora embarcado no dia 29 de outubro do mesmo ano, dias depois da transferência realizada para a Genesis e dois dias antes do cumprimento do mandado de prisão contra o traficante.

“A localização e apreensão da droga foi noticiada pela adidância policial do BENELUX no Brasil, em atenção ao alerta emitido, tendo sido solicitadas maiores informações por intermédio da Coordenação Geral de Repressão ao Tráfico de Drogas – CGPRE, em Brasília”, reporta a delegada Adriana Albuquerque, na representação criminal que deflagrou a Operação Além Mar. Benelux é uma organização econômica da Europa que inicialmente abrangia a Bélgica, os Países Baixos e Luxemburgo, criando uma espécie de área de livre comércio entre estes três países e que, mais tarde, incluiu a Itália, a Alemanha e a França, que juntos acabaram por criar a Comunidade Comum Europeia.

Conforme consta do relatório elaborado, “foi realizada uma fiscalização da aduana holandesa referente a alguns contêineres oriundos do Brasil. Durante o procedimento, no contêiner TTNU8274691, com a origem do Recife, e com a carga de melão, foram encontrados aproximadamente 2.384 quilos de cocaína. A empresa responsável pela exportação no Brasil é a GENESIS IMPORTS COMERCIAL, CNPJ: 19.714.516/0001-56, localizada na cidade de Recife. A importação ficou a cargo da KLASS VAN DEN BROEK BV”.

Um fato que foi observado em todas as apreensões de cocaína que seriam exportadas via Portos brasileiros foi o longo espaço de tempo levado pelos caminhões que iam buscar a carga lícita a ser “contaminada” pela cocaína e seu retorno ao porto exportados: “Depreende-se dos registros e documentação relacionados à citada operação de exportação que o container vazio teria sido recebido no Porto de Natal, à 01h43 do dia 23/10/2018, pelo motorista FERNANDO CESAR SANTOS, no veículo de placas BTO5618 e carreta DJE7433, tendo retornado com a caga às 09h48 do dia 26/10/2018. O caminhão está registrado em nome de FERNANDO CESAR e a carreta em nome de CLERES ACÍLIO DA SILVA, CPF 886.641.984-20. De acordo com nota fiscal 295 de 25/10/2018, apresentada pela GENESIS, a empresa transportadora contratada foi a MSS TRANSPORTES LTDA EPP, CNPJ 27.035.270/0001-94, com sede a Rua Francisco Drumond, s/n, Centro – Galpão 01, Sala 0, Camaçari/BA. Como se verá, a MSS TRSNPORTES já havia efetuado anteriormente o transporte de containers em operações de exportação da GENESIS, nos meses de janeiro e junho de 2018. No entanto, conforme comprovante de coleta do container vazio posteriormente apresentado por RAIMUNDO LÁZARO a transportadora responsável pelo serviço de transporte foi, mais uma vez, a AVANTT TRANSPORTES, de propriedade de VALTER PAIXÃO FÉLIX DOS SANTOS. Conforme constatado pela Receita Federal nos registros lançados, o transporte do container TTNU8274691, entre o produtor situado em Quixeré/CE e o Porto de Natal, fora realizado por FERNANDO CÉSAR em quase 27 horas. Estima-se como tempo médio necessário para percorrer o trajeto apenas 5hs. A título de comparação, o motorista DAVI CARLOS LOURENÇO, CPF 687.696.794-87, transportando o container APRU585006-6, associado ao primeiro na mesma operação de exportação, percorreu o mesmo trajeto em apenas 07h30.”

A Operação Além Mar foi deflagrada no último dia 18 de agosto quando foram cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão.

Observe-se que a carga lícita de melão de um produtor situado em Quixeré, no interior do Ceará, foi “contaminada”, com inclusão da cocaína, durante o transporte do Ceará ao Porto de Natal, escolhido como ponto de exportação por não ter “scanners” para visualização do conteúdo dos containers e isso, segundo os investigadores, fica claro pela diferença de tempo levada por dois motoristas diferentes para levarem cargas de melões do mesmo produtor para o Porto de Natal. Enquanto o motorista que levou a carga contaminada pela cocaína levou 27 horas para levar o container ao produtor e retornar ao Porto, o outro motorista levou apenas 7 horas.

A Operação Além Mar foi deflagrada no último dia 18 de agosto quando foram cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias) por aproximadamente 630  policiais federais, expedidos pela 4ª Vara Federal – Seção Judiciária de Pernambuco.

Os mandados foram cumpridos em 13 estados (AL, BA, CE, DF, GO, MS, PA, PB, PE, PR, RN, SC, SP), quando foramsequestrados 7 aviões, 5 helicóptros, 42 caminhões e 35 imóveis, inclusive fazendas pertencentes a traficantes e a pessoas associadas ao tráfico de drogas, além do bloqueio judicial de R$ 100 milhões.

Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre esses presos estava um grande traficante que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency – NCA, do Reino Unido.

 

28, nov 2023
Homem é preso com 60 mil comprimidos de ecstasy, em Duque de Caxias

PRF abordou suspeito após receber informações de inteligência, em uma parceria com a PF. Apreensão é desdobramento de uma ação que descobriu um laboratório sintético na Baixada Fluminense.

Um homem foi preso com 60 mil comprimidos de ecstasy, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite desta segunda-feira (27). A prisão do suspeito e a apreensão da droga foram feitas em uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

De acordo com a PF, o homem estava transportando os comprimidos em um carro. Ele foi abordado pelos agentes da PRF na BR-040. O suspeito foi identificado como Gabriel Frederico das Chagas.

A PRF fez a abordagem após receber informações do setor de inteligência sobre o carregamento de drogas, em uma parceria com a PF. O destino dos comprimidos seriam comunidades do Rio de Janeiro.

A apreensão foi um desdobramento de uma ação da PF que resultou na prisão de dois homens no dia 21 de novembro, em Xerém, também na Baixada Fluminense. À época, os agentes encontraram um laboratório de drogas sintéticas.

Ainda segundo a PF, os 60 mil comprimidos de ecstasy representam mais de 50 kg de anfetamina. A droga foi avaliada em R$ 2,8 milhões.

O homem, as drogas e o carro foram encaminhados para superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá, no Rio de Janeiro.

O caso é investigado.

10, out 2023
PM preso com cocaína em operação na Maré é homem de confiança de chefões do tráfico, diz polícia

Yuri Luiz Desiderati Ribeiro, lotado no 21º BPM (São João de Meriti), foi preso na segunda-feira (9) enquanto transportava a droga na Avenida Brasil. Polícia identificou ainda que ele recebia ordens de Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, o Abelha, e de William Souza Guedes, o Corolla de Manguinhos.

Yuri Luiz Desiderati Ribeiro, de 36 anos, o policial militar preso em um caminhão na Avenida Brasil na segunda-feira (9) com 151 quilos de cocaína durante a operação no Complexo da Maré, é apontado por investigadores como homem de confiança de Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, um dos chefes do Comando Vermelho no Rio, e de William Souza Guedes, o Corolla, que controla o tráfico na Favela de Manguinhos.

Yuri, que é lotado no 21º BPM, em São João de Meriti, foi preso junto com um homem que dirigia o veículo na Avenida Brasil, na altura de Cordovil.

“Tínhamos informação de que os bandidos haviam se movimentado com esse carregamento em virtude das operações na área do Comando Vermelho. Preparamos o cerco e capturamos”, explicou o delegado Rodrigo Coelho, titular de Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

O material – 139 tabletes de 1.090 g cada, que totalizaram pouco mais de 151kg de cocaína -, estava dentro de caixas no caminhão. No ato da prisão, não houve resistência da dupla, que se manteve em silêncio.

Eles foram levados para a Cidade da Polícia, onde o material foi periciado e constatado que se tratava mesmo de cocaína.

A polícia acredita que a droga estava sendo levada para Rocinha, outro reduto do Comando Vermelho.

A operação
Forças de segurança do Rio de Janeiro realizaram uma operação no Complexo da Maré, na Penha e na Cidade de Deus, na segunda-feira (9), para cumprir mandados de prisão e atuar contra lideranças do tráfico envolvidas na morte de três médicos na Barra da Tijuca, na semana passada.

Durante a operação, policiais civis encontraram um fuzil, drogas e carregadores ao lado da escola municipal, no Conjunto Esperança. Na Nova Holanda, também na Maré, também houve apreensão de munição e drogas.

Os agentes foram cumprir pelo menos 60 de prisão. Entre os alvos estavam Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, e Edgar Alves de Andrade, o Doca. Nove pessoas foram presas no total.

Um laboratório de refino de drogas e artefatos explosivos do tráfico foi localizado no Parque União, na Maré.

 

3, jun 2010
Preso no Paraná bando de traficantes que agia em MS

Agentes da PF (Polícia Federal) desarticularam uma quadrilha acusada de tráfico de drogas. Ao todo, 15 pessoas foram presas no Paraná e são suspeitas de agir na região de fronteira, inclusive em Mato Grosso do Sul.

Segundo matéria do site O Globo, o grupo era investigado havia cinco meses e agia, segundo a Polícia, nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, principalmente nas cidades paranaenses de Foz do Iguaçu e Guaíra e em Mundo Novo (MS). A quadrilha vendia drogas no varejo e também mandava carregamentos em caminhões frigoríficos para Curitiba.

Cerca de 50 policiais participaram da operação “Cannabis Cold”, que além dos l5 mandados de prisão, cumpriu 11 de busca e apreensão. Foram recolhidos 120 quilos de maconha, 2 quilos de crack, pequena porção de cocaína, pontos de LSD, um automóvel Golf, uma carreta frigorífica, documentos e computadores.

De acordo com o delegado Julio Reis, a investigação foi centralizada em Toledo, no Paraná, onde parte da droga era vendida pela quadrilha. Uma carreta frigorífica foi apreendida em Cascavel com maconha, e inspirou o nome da operação.

O entorpecente saía de Foz do Iguaçu escondido na câmara fria para enganar a polícia. Uma quantidade ficava em São Miguel do Iguaçu e em Santa Helena e a maior parte ia para Pinhais na Região Metropolitana de Curitiba – explicou o delegado.

Durante os cinco meses de investigações a policia monitorou e fotografou parte do bando em ação. O grupo foi acompanhado quando usava a ponte de Guaíra como rota para negociar a droga na região de Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul. As investigações continuam para apurar o envolvimento de mais pessoas ligadas à quadrilha.

Algumas informações dão conta que parte do grupo atuava na troca de cheques recebidos nas transações.

Existe a possibilidade de membros da quadrilha lavarem dinheiro com o que arrecadavam na venda da droga. No decorrer das investigações podem ocorrer mais prisões – disse o delegado.

Todos os presos foram indiciados por tráfico de drogas, associação para o tráfico e formação de quadrilha. Foram detidos: Ronie Peres Peres, 29 anos; Salete Machado, 37; Fernando Alves Batista, 30; Odair Aparecido da Silva, 33; Fernando Vazatta, 28; Vinicius Eduardo Guiss, 24; Sebastião Varella Ortiz, 45; Adriano Andrade, 30; Claudemir Jose Tem Pass, 32; Celso Luiz Vogel, 34; Liceu Inácio Vogel, 38; André Santana Guimarães, 24; Celso Aparecido da Silva, 34; Elisabeth Longo, 36 e Jassiara Cássia Ortiz, 20. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS