TJBA 09/09/2022 / Doc. / 1845 / CADERNO 4 - ENTRÂNCIA INICIAL / Tribunal de Justiça da Bahia
TJBA - DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO - Nº 3.174 - Disponibilização: sexta-feira, 9 de setembro de 2022
Cad 4/ Página 1817
um rapaz saindo da residência em atitude suspeita. Que o abordaram e este disse que era o filho do dono da casa, chamado Bruno.
Que Bruno disse que a droga da sacola encontrada na residência pertencia a Iury. Que no banco da moto de Iury foram encontrados
entorpecentes. Que a moto de Iury estava no local, mal estacionada, com alguns indivíduos perto, quando fizeram a abordagem a Iury.
Que o réu ficou o tempo todo calado. Que estava trabalhando em Adustina e já ouviu comentários de que Iury estava mexendo com
drogas e gerenciando tráfico. Que sobre a gerencia do tráfico soube por comentários, mas que sobre o tráfico afirma que foi quem
achou a droga com o réu. Que encontraram droga em poder de Iury. Que a entrada na casa ocorreu porque já havia suspeitas de existir
drogas na casa, porque já havia sido encontrada droga com Iury. Que o policial Ribeiro avistou o rapaz saindo da casa e mandou ele
vir até a porta e que encontraram uma sacola com drogas na residência. Que Bruno, o indivíduo que estava saindo da casa, disse que
Iury era o proprietário da droga encontrada na sacola. Que não estava na abordagem ao menor Carmilton feita posteriormente a esses
fatos ora apurados.
O declarante BRUNO SANTOS SOUZA disse em juízo:
Que Iury e Isael estavam na frente da sua casa mexendo na internet, no wi-fi. Que estava dentro de casa e que quando estava saindo
viu que o réu tinha sido abordado pela polícia, na área da sua casa. Que a polícia também lhe abordou. Que a polícia não encontrou
nada com o declarante, somente na moto que Iury estava no local. Que não viu se foi encontrada droga no bolso de Iury. Que não
sabe como a polícia encontrou a sacola que estava em cima da mesa no quintal da sua casa. Que a bolsa foi encontrada na sua casa,
mas que não era do declarante. Que falou que a droga não era sua e que poderia ser de Iury, mas que não sabia de quem era. Que
falou que a droga talvez pudesse ser de Iury. Que realmente falou na delegacia que a droga era de Iury, mas que não tinha certeza.
Que nunca guardou droga para Iury. Que disse na delegacia que a droga era de Iury porque estava nervoso, lhe afobaram. Que não
sabe se tinha droga com Isael. Que já ouviu que Iury era envolvido com o tráfico de drogas, mas que hoje não soube de nada sobre
ele. Que nunca ouviu falar em Carmilton. Que Paulista já ouviu falar e que não sabe se Iury tinha envolvimento com Paulista. Que a
polícia entrou pela frente da casa, mas que a droga foi encontrada no fundo casa. Que o carro da polícia saiu e depois voltou. Que um
policial lhe chamou e mostrou a bolsa da droga que estava em cima da mesa no quintal, pegou e lhe mostrou, perguntando de quem
era. Que primeiro os policiais entraram sozinhos no fundo e que depois eles lhe chamaram. Que não tinha visto esse pacote de droga
no quintal. Que primeiro a polícia abordou os dois, Iury e Isael, e depois o declarante. Que depois o carro da polícia sai e volta depois
de uns cinco minutos. Que só foram no quintal quando a polícia retornou no segundo momento. Que, então, a polícia lhe mostra a bolsa
com drogas encontrada no quintal da sua casa.
A testemunha de defesa CLEITON RABELO DA SILVA, falou em juízo:
Que conhece o réu, através da mãe dele Adriana. Que não frequenta a casa de Iuri, mas a da mãe dele sim. Que no dia dos fatos,
estava na casa da mãe de Iury e que foi um dia de segunda-feira, voltando pra casa para fazer o almoço e foram avisados que a polícia
militar estava levando Iury para a delegacia. Que a mãe dele ficou muito nervosa e foram até a delegacia. Que não pegaram drogas
nenhuma e os policiais chegaram com o material e colocaram lá. Que Iury não estava com essas drogas. Que a mãe dele, Adriana,
ficou muito nervosa. Que da chegada de Iury até a chegada da guarnição com a drogas durou cerca de trinta minutos depois. Que já
ouviu falar em “Paulistinha” e que este seria traficante de drogas, por ser Adustina uma cidade pequena. Que segundo comentários
da cidade e da mãe dele, sabe que Iury recebeu a proposta de vender essa droga para “Paulistinha” e que sua mãe disse que o réu
não precisava, disse que eles não aceitaram. Que foram até a casa de “Paulistinha” porque Iury passou um dia com essa mercadoria
e que ele não vendeu esse droga. Que Iury passou de volta para “Paulistinha”. Que nesse dia da denúncia sabe que a polícia entrou
na casa e que fez uma reviravolta na casa e seguiu para a delegacia. Que a polícia levou Iury para a delegacia e voltou pra a casa
e depois voltou com a droga para a delegacia. Que ouviu, por alto, que os entorpecentes foram encontrados no fundo da casa, em
cima da mesa. Que Iury sempre trabalhou, quando achava, em uma oficina. Que ele trabalhou na roça com os avós. Que a mãe dele
ajudava, apesar de não ter condição financeira boa. Que não sabe quem é Bruno e nunca viu. Que não sabe quem é Isael. Que Iury
rodava com uma bicicleta e que a moto da mãe é uma 150 preta. Que acha que no dia que os fatos aconteceram a mãe dele não tinha
essa moto ainda, que foi comprada recente. Que não sabe de quem era essa moto encontrada.
Ao ser interrogado, o denunciado IURY DE JESUS, negou que praticava o tráfico de drogas e que a droga apreendida não era sua e
teria sido ali colocada pelos policiais militares, na tentativa de incriminá-lo:
Que armaram para o interrogado. Que tinha chegado de viagem e estava na casa de sua sogra e foi lá convencer ela para voltar, porque tinham filhos. Que foi para a casa de Bruno e ficou mexendo no wi-fi na frente da casa dele. Que estava com Isael. Que a viatura
veio descendo, devagar. Que avistaram o interrogado e Isael na frente da casa de bruno. Que estava com uma moto bis em frente a
casa da mãe de Bruno. Que perguntaram de quem era a casa. Que Bruno se levantou e assim que abriu a porta a polícia entrou pra
ver. Que a polícia não encontrou nada com o interrogado e Isael na revista pessoal. Que começaram a lhe bater e perguntando onde
estava a droga. Que Ribeiro saiu sozinho e deixou dois policiais com o interrogado e Isael. Que uns vinte minutos depois a viatura
voltou com essas drogas. Que bateram em Bruno e Isael para eles dizerem que a droga era do interrogado. Que o levaram para a delegacia e Ribeiro voltou para a casa e voltou com as drogas dizendo que eram do interrogado. Que Isael ficou e levaram o interrogado
e Bruno para a delegacia. Que um dia “Paulista” lhe deu cinco cigarros de maconha para vender, mas sua mãe mandou devolver. Que
Bruno não pratica o tráfico. Que apanhou da polícia e foi parar no hospital. Que apesar do laudo pericial dizer que não tinha nenhuma
lesão, apanhou da polícia. Que em relação ao seu depoimento na delegacia, assinou sem ler e que sua advogada também não leu.
Que não entregaram uma cópia para ler e não viu sua advogada lendo, que ela pegou o papel, assinou e saiu. Que acha que foi sua
mãe que pediu na prefeitura, porque a advogada Jéssica chegou na delegacia com sua mãe. Que se recorda que, durante a instrução,
um policial disse que encontrou na mesa e outro disse que encontrou na porta, na lateral. Que a polícia o abordou primeiro quando
estava na porta da casa de Bruno e que depois Ribeiro voltou na casa de Bruno para pegar alguma coisa. Que quarenta e cinco minutos depois a polícia voltou com a droga.
Como se vê dos elementos coligidos durante a instrução, as testemunhas de acusação ELIEZER RIBEIRO DE SANTANA JÚNIOR,
JOSE SILVESTRE DE SANTANA e MARCOS VINNICIUS COSTA DE SANTANA, policiais militares, informaram como ocorreram as
diligências que culminaram na prisão do denunciado e na apreensão dos entorpecentes, descritos no ID n° 149265402 - Pág. 18, narrando de forma coerente, uníssona e segura a trajetória delitiva.
Verifica-se dos autos, que a polícia militar realizava ronda de rotina, quando abordaram IURY DE JESUS em virtude da motocicleta dele
estar mal estacionada. Com efeito, ao realizar busca pessoal no denunciado, foram encontrados dois pinos de cocaína. Após, quando
BRUNO SANTOS SOUZA, morador da residência, ia saindo, foi igualmente abordado, oportunidade em que, na frente da casa, fora
encontrada uma sacola contendo quantidade maior de cocaína, sendo a polícia informada por BRUNO que a sacola pertencia ao réu.